Multimídia
Crysis 2: Game ou experiência cinematográfica digna de Hollywood?
Com trilha sonora de Hans Zimmer e enredo envolvente, Crysis 2 pode ser considerado muito mais que um game?
Com trilha sonora de Hans Zimmer e enredo envolvente, Crysis 2 pode ser considerado muito mais que um game?
Em novembro de 2007 a desenvolvedora alemã CryTek em parceria com a Eletronic Arts e a Microsoft Games lançavam para PC o épico Crysis. Utilizando o motor gráfico CryEngine 2, Crysis era um FPS que, se não foi o mais, figura entre um dos mais completos já criados (tecnicamente falando). O motor gráfico da Crytek possuía incríveis efeitos de luz, física, partículas, texturas e água.
Como foi um game lançando em 2007, não é de se esperar que precisássemos de um computador muito potente em processamento e placa gráfica para suportar Crysis em sua capacidade total. Em fóruns de discussão pela internet foi estimado quanto custaria um computador (na época do lançamento) que rodasse Crysis em suas configurações máximas, com todos os patchs e atualizações de gráficos e de forma suave: robustos R$ 10.000,00.
Exagero ou não dos gamers, isso mostra como o motor gráfico CryEngine 2 foi potente e como Crysis conseguiu lançar um novo patamar técnico aos jogos da nova geração.
Assim, era de se esperar uma seqüência.
Em 22 de março de 2011, a Crytek novamente em parceria com a publisher EA e a Microsoft, lança o tão aguardado Crysis 2, desta vez não apenas para PC, mas também para Xbox 360.
Na história, entramos na pele de Alcatraz, um U.S. Marine que se encontra no meio de uma quarentena na cidade de Nova York. Um vírus está à solta dizimando a população e a empresa CryNet tratou de colocar a cidade em estado de sítio e seu exército particular nas ruas.
Assim que chegam à cidade, os U.S. Marines são atacados por algo desconhecido. Todos morrem, exceto Alcatraz que é salvo por Prophet (o comandante da força tarefa do primeiro Crysis). Prophet salva a vida de Alcatraz colocando-o dentro da “megaboga” Nanosuit (uma roupa com propriedades únicas e que permite ao jogador vários tipos de “tricks” durante o jogo, como camuflagem estilo predador, reforço de armadura, super pulo, etc..).
Assim, a CryNet persegue Alcatraz pelas ruas destruídas de Nova York tentando recuperar a Nanosuit, enquanto tentamos descobrir como reverter o vírus misterioso e parar a iminente invasão alienígena que acontece por trás do pano.
Utilizando desta vez a recente CryEngine 3, Crysis 2 é um dos mais belos jogos já lançados para Xbox 360. Créditos para o novo motor gráfico a Crytek.
A imersão que um jogo desse nível promove é absurda, fazendo-nos sentir que estamos realmente dentro da Nanosuit. As texturas, as partículas (de fumaça e poeira), a chuva, todos os detalhes são belíssimos. O impressionante é que muita coisa acontece ao redor de nosso personagem – prédios caem, bombas explodem, naves passam, pássaros voam em bandos e a taxa de quadros não cai. O game flui de forma suave e leve.
A jogabilidade de Crysis 2 é fluída e os controles de personagem são precisos, não devendo absolutamente nada a pilares do FPS como Call of Duty e Battlelfield. A variedade de armas é bem interessante e é bem possível passar as 10 horas de gameplay sem utilizar algumas.
No meu caso, tive um amor quase imediato pela Sniper e fica difícil não querer levá-la consigo durante a maior parte do jogo. Algumas armas são bem divertidas, como o canhão de micro-ondas que faz com que os alienígenas explodam dentro de seus exoesqueletos metálicos.
Outro fator interessante em Crysis 2 é que apesar de não ser um sandbox como o primeiro Crysis ou o ótimo FarCry 2 (também da Crytek), não é totalmente linear como outros FPS dessa geração.
A cada grande campo aberto que chegamos, temos um interessante modo tático de combate em que a estratégia pode variar desde passar totalmente camuflado entre os inimigos (e matá-los na divertidíssima forma stealth, ou simplesmente não matar), até pular em cima de um caminhão arrancar sua metralhadora e mandar bala ao melhor estilo Rambo. Flanquear por bueiros, realizar um “sniper” em prédios, plantar explosivos em locais especiais. Enfim, são várias estratégias e podemos passar pelos cenários de diversas maneiras bem diferentes, todas muito divertidas.
Cada armamento pode ser customizado, podendo assim haver a mesma arma com características diferentes. Miras laser, reflexivas, silenciadores dentre outras traquitanas fazem a experiência da mesma arma ser diferente para cada freguês.
A Nanosuit pode receber upgrades quando gastamos pontos recebidos após coletarmos o brilho (chamados de nanocatalizadores) deixado pelos alienígenas que matarmos. Quanto maior o alien, maior a quantidade de nanocatalizadores.
Por falar em alienígenas, cada batalha em Crysis 2 é épica. Nas primeiras horas, enfrentamos apenas soldados da milícia CryNet, mas assim que a invasão mostra toda sua face, estaremos em grandiosos cenários de uma Nova York destruída, lutando contra Mechs e exércitos de aliens. Tudo isso embalado pela primorosa e empolgante trilha sonora de Hans Zimmer, um dos compositores mais famosos de Hollywood.
A história de Crysis 2 é entregue em conjunto com a ação com algumas cutscenes entre as missões, mas de forma bem fluída deixando-nos respirar nos momentos certos e nos deixando intrigados para saber o que virá a seguir, com muitas surpresas e reviravoltas até o final.
Infelizmente Crysis 2 sofreu algumas críticas pesadas no lançamento daqueles que esperavam algo mais próximo tecnicamente ao primeiro jogo. Creio que a portabilidade para o console da Microsoft fez com que a Crytek não sofresse do “mal dos dez mil reais” e colocasse no mercado inicialmente um jogo belíssimo, mas que não representa outra revolução técnica extrema como os fãs mais hardcore estavam esperando.
Porém, recentemente a Crytek lançou um patch gráfico com melhorias e compatibilidade com DirectX 11 para a versão PC, que acalmou os ânimos dos fãs com gráficos que realmente entregam o que os fãs estavam esperando.
Ao final, Crysis 2 é um estupendo FPS. Emocionante, divertido, com uma trilha sonora digna dos melhores filmes de ação atuais e uma história de ficção científica muito envolvente. É muito mais que um jogo. É uma experiência cinematográfica.
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