Paulo Diego de Almeida Souza começou a ser chamado de “Risadinha” ainda quando criança. Muito tímido, andava de skate na escola do bairro com um grande sorriso no rosto, mas poucas palavras. Começou a assinar os muros da Brasa em 1999, com 12 anos de idade. Através da cultura de rua se inseriu no grafite, que se tornou parte insolúvel de seu cotidiano na cidade cinza.

Olhando as ruas de São Paulo, Risada começou a definir seu estilo de desenhar. Foi através da observação do cotidiano, das pessoas, movimentos e uma pitada de fantasia, que as facetas multicoloridas começaram a tomar forma. Primeiramente como rabiscos em preto e branco, depois com as cores que foram chegando e os personagens se desenvolvendo com elas.

A abstração e o lado psicodélico de seus desenhos são parte daquilo que ele enxerga quando olha para seu redor. É uma mistura de tudo aquilo que cerca a metrópole cheia de gente, barulho, alegria, tristeza, monotonia, tédio, vida. Mas mesmo assim, não se imagina em outro lugar. Segundo ele, a cidade grande cria uma sensação de acessibilidade, praticidade e conforto que lugares menores não têm.

É na mente confusa, nas neuroses da vida, nas epifanias momentâneas que esse garoto descobriu uma paixão genuína e permanente pela arte de rua. Nas palavras do Risada “Eu vivo arte, penso arte, respiro arte. Arte é algo transcendente para mim. Representa meu estado de espírito, minha lucidez e meu contexto”.

Quem é esse cara?

Paulo Diego de Almeida Souza tem 23 anos, trabalha como cenotécnico de peças de teatro e adora pintar muros por ai. Suas roupas vivem sempre impregnadas de tinta e sua assinatura já tem uma marca registrada na cidade. Ganha dinheiro mesmo no backstage dos teatros da capital paulista e adora aquele frio na barriga dos momentos que antecedem o início de uma peça.