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Aulas, prêmios e mercado: Os e-sports são bem maiores do que você imagina

Para aqueles que ainda acham que jogos eletrônicos são atividades de crianças, no texto de hoje, tenho uma péssima notícia: você está ultrapassado. Não, eu não…

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Para aqueles que ainda acham que jogos eletrônicos são atividades de crianças, no texto de hoje, tenho uma péssima notícia: você está ultrapassado. Não, eu não estou falando isso porque adoro games, estou falando isso do ponto de vista mercadológico e de tendências culturais. Nos próximos parágrafos, vou misturar experiência própria com dados de mercado e agitar o seu mundo fora dos games. Vamos lá!

O maior incentivo para escrever este texto foram os comentários da matéria “Por sugestão de aluno, escola troca aula de Educação Física por ‘LoL’”. Veja algumas “pérolas” abaixo.

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Antes que você se junte a horda de comentaristas de portal (acho que essa classe deveria ganhar uma linha de estudo exclusiva na psicologia), deixe-me explicar brevemente o caso – o restante você pode ler no link do UOL Jogos. O Colégio CPV, localizado em bairros nobres de São Paulo, decidiu experimentar a sugestão de um aluno de 14 anos e substituir uma das quatro aulas de Educação Física por aulas de e-sports (também conhecido como “joguinhos de computador”). Agora vamos aos fatos:

A escolha do aluno, o bullying e os métodos de ensino obsoletos do Brasil.

A escola substituiu UMA das quatros aulas e ela é opcional, ou seja, se o aluno quiser continuar no futebol, vôlei, etc., ele pode escolher. Quem dera pudesse escolher na minha época! Nunca fui bom em esportes (já na aula de Educação Artística, eu era rei!) e sofri uma pitada de bullying por causa disso. Tentei até escolinha de futebol e nada. Se você acha que não gosto de esportes, durante a vida colecionei cerca de meia dúzia de faixas de quatro artes marciais diferentes. Infelizmente elas nunca ajudaram e sempre apanhei da bola…

A invasão dos e-sports e os aprendizados com o mercado (milionário) do poker.

Você sabia que o poker é considerado um esporte mental, segundo o Ministério do Esporte? Não é só isso, ele está no mesmo patamar do xadrez. Sim, eu também achava isso uma piada até entender que existe muita técnica e treino neste universo de straight flush. Em fevereiro de 2016, publicamos um texto aqui no Com limão, onde falávamos sobre a invasão dos e-sports e sobre este cenário do mercado de poker. Pouco mais de um ano depois já temos transmissões ao vivo e semanais na ESPN+ e um mercado que movimenta milhões. Além disso, jogadores de e-sports brasileiros já estão na elite mundial e contam com equipes que incluem técnico, nutricionista e personal trainer (veja só! não é só bunda na cadeira!).

Mais pessoas assistindo games do que Netflix, HBO, ESPN e Hulu.

“estamos falando de um mercado que movimenta US$ 4.6 bilhões anualmente, inclui 665 milhões de pessoas e deve crescer 21% até 2021.” – Pesquisa Gaming Video Content, da SuperData Research

Este talvez seja o dado mais interessante (e que acaba de sair do forno). De acordo com a SuperData Research, a audiência dos conteúdos relacionados a games inclui 665 milhões de pessoas e deve crescer 21% até 2021. Comparado com os cem milhões de usuários de Netflix e os doze de Hulu, a soma não faz nem cócegas no mercado gamer.

Ainda de acordo com o estudo, são cerca de 100 milhões de horas de League of Legends (o “joguinho” escolhido pela escola) e 40 milhões de horas de Counter Strick: Global Offensive no Twitch. Só nesta “brincadeira”, estamos falando de um mercado que movimenta US$ 4.6 bilhões anualmente.

Por falar em Twitch… O mercado é muito maior do que o Youtube.

Enquanto você aposta suas fichas no Youtube (entenda esta frase como “usar todo o seu plano de mídia”), o Twitch caminha no horizonte como um predador faminto e com um imenso mercado em potencial. E não, o Twitch não é só uma plataforma de games. No começo do mês de abril, a plataforma fez a transmissão ao vivo de seriados do Amazon TV (o Twitch é uma plataforma da Amazon). Dá uma olhada no nosso texto “Ole-le ola-la, o Twitch vem aí e o bicho vai pegar!” e você irá entender.

Por fim, a pesquisa Game Brasil 2017 e os prêmios da liga brasileira.

Também no começo deste mês, publicamos no Com limão um resumo da pesquisa Game Brasil 2017, que mostra, entre outras coisas, como o brasileiro adora passar o tempo nos “joguinhos”. Aliás, quando falamos em jogos, não estamos falando apenas em computador e videogame, o mobile é um ávido consumidor de jogos eletrônicos. Não à toa, a ESL (responsável pelas principais ligas internacionais) afirmou que, juntando CS:GO, LoL e Clash Royale, a etapa brasileira terá uma premiação com mais de 95 mil reais.

Para encerrarmos o papo, lembra que chamei isso tudo de movimento cultural? Pois bem, se estamos falando de esportes, o ápice são as Olímpiadas, certo? O Conselho Olímpico da Ásia anunciou que os e-sports serão uma modalidade dos Jogos Asiáticos 2022 (equivalente aos Jogos Pan-Americanos) e acontecerá em Hangzhou, na China. Você ainda acha que é coisa de criança?



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