Chamar League of Legends de “joguinho” é uma injustiça gigantesca. Apesar de não jogar o game e nem ser fã do estilo, tenho que tirar o chapéu para o trabalho que a Riot tem feito com a franquia. Mas para entender onde a produtora quer chegar, precisamos entender de onde ela veio. Criada em 2006 por Brandon Beck e Marc Merrill com a intenção de mudar a forma como os games são desenvolvidos para os jogadores. Em 2009, a companhia lançou seu primeiro título, League of Legends. Vendo a oportunidade de mercado, a Tencent, gigante chinesa de tecnologia, comprou a produtora americana (em uma transação estimada em US$ 350 a 400 milhões).
Aliás, aqui vale um parênteses sobre a Tencent – se você ainda não conhece a empresa, dá uma olhada no nosso dossiê neste link. A gigante chinesa é acionista de 48% da Epic Games (Gears of War, Unreal e Fortnite), 32% da PUBG Co. (PlayerUnknown’s Battlegrounds) e 12% da Blizzard Entertainment (Diablo, Warcraft, Hearthstone e Overwatch). Em resumo, a Tencent participa/controla parte do mercado de e-sports.
Mas voltando ao tema principal de hoje, a Riot fez dois movimentos bem interessantes recentemente. Primeiro, se uniu a Marvel para publicar histórias em quadrinhos de League of Legends. Começando com “League of Legends – Ashe: Mãe Guerreira” – série que conta a origem de um dos primeiros Campeões de League of Legends – as hq’s serão lançadas mensalmente em plataformas digitais a partir de 19 de dezembro, seguidas por uma graphic novel publicada pela Marvel e pela Riot em maio de 2019. A série marca a estreia nos quadrinhos do escritor da Riot Games, Odin Austin Shafer, com arte de Nina Vakueva (Heavy Vinyl), vencedora do prêmio Russ Manning Most Promising Newcomer.
O segundo movimento foi a contratação da DesignStudio, agência de design especializada em identidade visual, para o redesign do League of Legends European Championship. O que isso tem de tão importante? A DesignStudio é a mesma responsável por trabalhos como UEFA Champions League e Premier League (trabalho que já comentei aqui no Com limão). Além dos campeonatos de futebol, a DesignStudio também possui no portfólio clientes como Airbnb, Evernote e Twitter.
Ao ir atrás da DesignStudio, a Riot foi em busca de um estúdio com expertise em campeonatos de grande porte e recebeu um belo trabalho de redesign que, na minha humilde opinião de quem trabalha há anos com isso, caiu como uma luva no cenário (apesar de algumas ilustrações ficarem bem parecidas com o logo da Premier League, mas isso talvez estivesse no briefing). Confira algumas peças abaixo: