Ter comprado Bitcoin em 2011, 2014, por US$ 8 ou US$ 50 é o sonho de todos, mesmo daqueles que sequer acreditam nas criptomoedas. Mas a dura realidade é que a maioria dos que compraram venderam em uma alta de 50% ou 100%, e não acompanharam o Bitcoin até os valores atuais, na casa dos US$ 20 mil. Tendo isso em vista, neste texto vamos entender o que faz a criptomoeda ser deflacionária, analisar qual o lastro dela, e entender por que aquelas pessoas que compraram Bitcoin e seguraram não são “sortudas”.
Quer comprar criptomoedas e tokens? Conheça a NovaDAX, a única exchange no Brasil com conta digital gratuita e cartão pré-pago.
O preço do Bitcoin segue em baixa, mas o seu valor é o mesmo.
O Bitcoin surgiu após a crise de 2008, trazendo uma nova concepção do que deveria ser o dinheiro; afinal, a contínua impressão de mais e mais dinheiro segue acarretando crises e a inflação passou a ser vista até como natural, para alguns.
A primeira inovação do Bitcoin é a sua mecânica de deflação, isso porque, para criar um Bitcoin, os indivíduos precisam despender cada vez mais tecnologia e energia elétrica para deixar suas máquinas minerando a moeda e, a cada 4 anos, a remuneração desses mineradores se torna ainda menor. Além disso, não só cada vez menos Bitcoins entram no mercado como, principalmente, é um fato que existirão apenas 21 milhões de Bitcoins no mundo, e o último Bitcoin provavelmente será emitido em 2140.
Leia também: Ethereum, Bitcoin e as Criptos: Qual o futuro do dinheiro?
Pela primeira vez, uma moeda que possui cada vez mais uso por indivíduos — chegando a ser moeda legal em países como El Salvador e república Centro Africana —, possui um sistema deflacionário, ficando claro que, cada vez mais pessoas irão precisar de Bitcoin, e cada vez mais difícil será conseguir um.
Além da deflação, o Bitcoin possui um lastro?
Essa é a primeira pergunta que os desconfiados com a tecnologia se fazem. O Bitcoin não possui um lastro, mas antes que se assustem, o próprio dólar não possui lastro desde a década de 1970, já que, hoje, o que fortalece o valor do dólar é a crença de que a geopolítica internacional possui nos EUA; e assim o governo americano ainda é capaz de imprimir mais dinheiro em momentos de crise, sem se preocupar se há ouro o bastante em suas reservas. Com o Bitcoin, por outro lado, esse “lastro” é decorrente do crescente uso da criptomoeda, novos e famosos investidores passaram a comprar, e principalmente de qual o custo para possuir um Bitcoin sem ser comprando diretamente de uma exchange, por exemplo.
Hoje, o custo bruto de um Bitcoin, em si, é o quanto um indivíduo terá que pagar para ter uma máquina potente o bastante para minerar (um computador com placa de vídeo não é o bastante) e quanto será gasto com energia para aquela máquina se manter por meses trabalhando. Somado esses custos, entende-se quanto é gasto para conseguir um Bitcoin, e aí se encontra o seu verdadeiro valor. Com a soma desses conhecimentos entende-se também porque existem altas da criptomoeda de 4 em 4 anos, afinal a cada 4 anos menos Bitcoins são recompensados aos mineradores, aumentando o custo para obter um Bitcoin, refletindo essa realidade para o preço do ativo nas exchanges.
Para finalizar, é interessante relembrar daqueles usuários que compraram o ativo por US$ 50 e venderam em uma alta seguinte, mas agora entendemos qual a diferença dessas pessoas para aqueles que compraram e possuem até hoje, ou mesmo dos que irão comprar mais da criptomoeda agora, na baixa, e esperar o tempo passar. Essas pessoas entenderam a tecnologia por trás do Bitcoin, entenderam qual o seu verdadeiro valor, e por isso não ficam tão nervosas com as conhecidas altas e baixas do mercado.
Espero ter contribuído com um pouco desse conhecimento sobre qual o verdadeiro valor do Bitcoin; e quem sabe, daqui a alguns anos, teremos alguns lembrando de textos como esse e pensando “que sortudos, compraram a criptomoeda por 20 mil!”.