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A verdade sobre a inteligência artificial no setor criativo

Entenda os impactos da inteligência artificial no design, a coexistência com talento humano e a substituição de profissionais.

A verdade sobre a inteligência artificial no setor criativo

Este texto foi a base da palestra “Desmistificando a IA Generativa: o jeito rápido, prático e seguro de usar no Marketing”, apresentada no Digitalks 2023, junto com Mauro Guedes, gerente geral da Shutterstock Latam.

Quero começar este artigo com um aviso importante: se você trabalha com criação, a inteligência artificial generativa não vai roubar o seu trabalho. A explicação é mais simples do que você imagina. A inteligência artificial é apenas uma ferramenta.

Este é um ponto muito importante. Precisamos começar a tratá-la como uma ferramenta, e deixarmos de lado o estereótipo de ficção científica. Vale lembrar que inteligência artificial é um campo de pesquisa que possui décadas, com muita gente séria, e que vai além dos populares prompts.

Ao abordar a IA generativa desta forma – e não um ser onisciente virtual – questionamos: como podemos nos beneficiar dela? Como designer e consultor, e junto à equipe da Com limão, tenho integrado algumas IAs generativas em tarefas diárias durante o último ano. E o mais importante: utilizamos a IA para amplificar a criatividade, não para substituí-la.

A IA generativa pode ser aplicada em dois momentos cruciais: Inspiração e Finalização. Permita-me ilustrar com dois exemplos:

  1. Criação de Protótipos: Durante a etapa de inspiração, a prototipagem é essencial, especialmente em design thinking com a metodologia do Duplo Diamante. Protótipos bem finalizados, no entanto, podem ser caros e demorados. Por exemplo, ao criar um jogo de cartas, talvez a IA não possa produzir arte final de alta qualidade, mas pode, definitivamente, gerar um protótipo se orientada corretamente.
  2. Peças de curto prazo: As redes sociais trouxeram um dilema para a comunicação visual. Posts precisam ser de alta qualidade, mas têm vida curta. A IA generativa permite experimentar várias ideias simultaneamente, gerando imagens mais rapidamente para verificar quais conceitos são eficazes.

Abaixo você confere um exemplo real do uso de IA para redes sociais. Todo o conteúdo foi produzido pela equipe do Com limão, mas a narração, que utiliza a minha voz, é um clone digital. Durante meses e com horas de treinamento, trabalhamos para produzir este clone da minha voz, que hoje nos permite ganhar mais tempo nas produções de peças para redes sociais.

Esses exemplos demonstram o potencial da IA no design e marketing. Mas para aproveitá-la plenamente, precisamos garantir que a tecnologia seja inclusiva e acessível para todos.

Reconhecendo o talento humano com a inteligência artificial

Ao discutir inteligência artificial generativa, estamos indiretamente tocando no tema da responsabilidade. Modelos, como o da Shutterstock (que criou um fundo para pagamento recorrente dos criadores que tiveram seus trabalhos utilizados no treinamento da IA), destacam que coexistência pacífica entre uma vasta comunidade de criadores e novas tecnologias é viável. E sim, é possível reconhecer o talento humano, criatividade e a obra original de artistas em meio à onda tecnológica.

Pensemos em uma analogia: Substitua “artistas” por “carpinteiros” e “IA” por “caixa de ferramentas”. Ao longo da história, o papel dos carpinteiros evoluiu. Eles passaram da construção de abrigos rudimentares a embarcações, templos, fortalezas e cidades. Com a chegada da Era Industrial, máquinas substituíram ferramentas manuais, e nos séculos XX e XXI, surgiram novas especializações e ferramentas avançadas. No futuro, a IA se tornará uma parceira de trabalho para eles, assim como para os artistas.

O ponto central é que, como seres humanos, temos uma longa história de trocar e atualizar ferramentas, mas sempre mantendo o controle. Assim como carpinteiros, apenas trocamos uma ferramenta pela outra, e criamos coisas magníficas. A ferramenta pode executar com precisão, mas a criatividade, a imaginação, ainda precisam de elemento essencial desta equação: o talento humano!

A IA vai roubar meu emprego?

Essa é a pergunta do momento. A resposta? Depende.

Em junho de 2020, publicamos o texto “Robôs e futuro: Um panorama histórico“. Escrito pelo economista Derick Almeida, na época doutorando da Universidade de Coimbra. Derick tem como foco de pesquisa o crescimento econômico e suas relações com a inteligência artificial. Para ilustrar a fala, quero trazer na íntegra uma citação dele sobre perda de emprego para as inteligências artificiais:

“se por trás da sua ocupação existe um conjunto de tarefas previsíveis e que podem ser descritas por regras e etapas objetivas, existe aí grande chance de que um robô a desempenhe no futuro.”

Aqui podemos destacar dois pontos importantes:

O primeiro item é um conjunto de tarefas previsíveis. Se a sua tarefa atual é repetitiva, ou como gostamos de chamar, “mecânica”. Este é um sinal de alerta. Você pode ter que se adaptar nos próximos meses.

Por exemplo, o processo de disparo de release e follow up de pautas é, muitas vezes, um processo previsível e mecânico. Até mesmo a criação de um release deve ser automatizada com IA muito em breve, mas uma IA vai demorar para tomar o lugar de um bom relações públicas.

O segundo ponto fala sobre um robô a desempenhando tarefas. Aqui temos dois detalhes importantes. Primeiro que estamos falando de robotização. Se você está preocupado com inteligência artificial, vai ficar maluco quando começarmos a falar de robotização com IA. Mas só este tema daria um artigo inteiro.

Leia também: Detroit Become Human: Um jogo sobre empatia e humanidade

Quero que se atente ao fato da palavra “futuro”. Se o seu trabalho envolve criação, relacionamento humano; então ainda temos tempo. Muito provavelmente a grande maioria das pessoas que estão neste espaço não estarão aqui para ver este futuro robotizado aplicado ou estarão no final de suas carreiras.

Isso quer dizer que temos tempo para nos transformarmos. Assim como aconteceu com tantas profissões na história da humanidade, agora não será diferente. Muitas vão desaparecer, muitas novas irão surgir e outras serão adaptadas.

Falar sobre IA é mais sobre nós, como sociedade, do que sobre tecnologia. Quem cria desigualdade, desemprego e outras tantos problemas da sociedade ainda são os seres humanos.

As inteligências artificiais vieram para ficar. Goste ou não. Mas não se esqueça, elas ainda são apenas ferramentas. Um amontoado de códigos que não surgem sem a interferência humana.

Imagem Destaque: Ales Nesetril/Unsplash

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