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Nos 30 anos de Apple Brasil: Os impactos do Developer Academy

Como o Apple Developer Academy transforma talentos em criadores de impacto, combinando inovação e diversidade.

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Na última semana (05), embarquei para Campinas, em São Paulo, para acompanhar a formação das turmas 2024-25 do Apple Developer Academy Brasil. No ano em que a Apple Brasil completa 30 anos, o programa mostrou um ecossistema vibrante, em expansão e profundamente conectado a desafios reais da sociedade.

Com representantes da PUC-Rio, Instituto Federal do Ceará (IFCE), Instituto Eldorado de Manaus, Senac São Paulo e Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o programa apresentou um mosaico de criatividade, representatividade e soluções que já começam a moldar o futuro tecnológico do país. Além disso, a presença de Esther Hare, diretora sênior global de relacionamento com desenvolvedores da Apple, reforçou a relevância da comunidade brasileira, reconhecida internacionalmente pelo talento e pela capacidade de inovação.

Desde 2013, quando iniciou por aqui (e marcou a primeira Academy do mundo) com apenas cinco estudantes, o programa cresceu de modo exponencial. Em 2015, alcançou dez localidades no Brasil e, hoje, supera a marca de 5.000 graduados.

Os números impressionam: 103 startups criadas, cerca de 280 mil aplicativos publicados e uma taxa de empregabilidade de 100%; reflexo direto de uma metodologia que rompe com o ensino tradicional.

Todos estão empregados e indo muito bem — e não apenas isso, são habilidades que geram empregos de alto nível. Eles conseguem entrar em empresas, como a Carol [Carolina Quitério, alumni do projeto e atualmente Engenheira de iOS, presente no evento] que conseguiu entrar no iFood, mas também iniciaram suas próprias empresas.

— Esther Hare, diretora sênior global de relacionamento com desenvolvedores da Apple, sobre os estudantes

Um dos motivos deste sucesso e transformação está o formato de Challenge Based Learning, que coloca os alunos em ciclos curtos de criação, testes e ajustes contínuos. O resultado é uma formação prática, dinâmica e alinhada ao ritmo real da indústria.

Sobre o formato de formação, Hare explica: “eles recebem um desafio e têm três semanas com sua equipe — e as equipes mudam o tempo todo — para criar a solução, apresentá-la (“pitch“), desenvolvê-la e desenhá-la. E então, eles seguem em frente. Eles estão sempre aprendendo trabalho em equipe. Acho que o que é realmente valioso e funciona é porque é exatamente como na vida real. A faculdade, às vezes, segue o modelo antigo onde você aprende por três ou quatro anos todas as coisas que possivelmente poderia aprender e, então vai para o trabalho e apenas seleciona as coisas que realmente importam.”

Outro pilar essencial é a diversidade. O Apple Developer Academy atingiu a marca de 50% de participação feminina, algo ainda distante da média global no setor de tecnologia.

Esse equilíbrio é fruto de intencionalidade: incentivar voz, presença e autonomia em grupos historicamente sub-representados amplia perspectivas e fortalece a criação de soluções que atendem a um público mais diverso.

Confira o vídeo da Karina “Nina” Tronkos, alumni do programa:

Você tem alguma dica ou conselho para mulheres mais jovens que estão entrando na área de tecnologia, que são muito apaixonadas, mas lutam com algo?

Sobre este cenário, Esther afirma: “Existe definitivamente o conceito de não achar que você pertence [a este cenário], a Síndrome do Impostor, e isso é ridículo, certo? Vimos nas Academies uma divisão de gênero de 50%. Quando comecei, não era o caso. Eu era uma das quatro pessoas me graduando na minha turma. Mas à medida que você vê que as garotas são tão capazes quanto, se não mais… E você tem que retribuir, e sinto que muito disso está acontecendo aqui: as garotas estão retribuindo.”

A executiva completa, “a dica é apenas confiar em si mesma e confiar intuitivamente. Por volta dos nove ou dez anos, a autoconfiança das garotas simplesmente despenca. E isso é algo em que as mulheres na Apple, com as quais estou muito envolvida nos EUA, realmente pensamos. Porque esse é o momento em que podemos pegar essas garotas e mostrar a elas.”

E não é tipo: ‘Oh meu Deus, olha o que essas garotas podem fazer’. É apenas: ‘Olha o que essas pessoas podem fazer’. Elas apenas, por acaso, são garotas. E acho que essa é a narrativa que estamos tentando mudar. Não é ‘olha que garota ótima’. É ‘olha o que essas pessoas incríveis fizeram’, porque é simplesmente ótimo e incrível.

— Esther Hare, diretora sênior global de relacionamento com desenvolvedores da Apple

Esther finaliaz, “então, se as garotas puderem aprender a confiar em si mesmas, ouvir sua voz interior e simplesmente ir lá e fazer a melhor coisa… Quanto mais elas fizerem, mais perceberão que o que dizem é super valioso e certo. Ou, se estiverem erradas, aprenderão juntas e perceberão: ‘Ok, na próxima vez eu sei o que pode ser diferente’. E é por isso que essas pequenas equipes realmente funcionam, porque elas não ficam sentadas preocupadas internamente tipo ‘Ah, e se eu estiver errada?’.”

Qual a real importância do Apple Developer Academy para os jovens no Brasil?

Ao ser questionada como você vê a importância da Academy ou de programas como este para os jovens no Brasil e no mundo, Hare explica: “É enorme. Eles são gratuitos. E acho incrível entrar em um lugar onde queremos oferecer não apenas um espaço seguro, mas um espaço divertido. É um lugar onde você pode conhecer outras pessoas que talvez estejam ao seu redor, mas você simplesmente não sabia que elas gostavam de tecnologia ou não tinham recebido uma oportunidade.”

Nos 30 anos de Apple Brasil: Os impactos do Developer Academy

A executiva completa, “E, como sabemos, oportunidade é tudo, certo? É acesso! Acesso a oportunidades para obter o hardware, a programação, as pessoas, encontrar sua turma, encontrar sua comunidade. E uma das coisas especiais sobre este programa é que, quando se graduam, deixamos que fiquem com seus dispositivos. Acho que isso realmente mostra que queremos lançá-los ao mundo para serem pessoas de muito sucesso, que estão indo bem, para continuarem a fazer isso.”

Acompanhar e manter ex-alunos próximos também é o que faz do Apple Developer Academy algo especial para os estudantes brasileiros. Não é só apenas “dar dispositivos”, mas entregar uma linha de continuidade na formação dos jovens.

Sobre isso, Hare afirma: “Não é algo que estamos fazendo apenas para graduá-los e despachá-los. Queremos acompanhá-los. Nós os acompanhamos ano após ano. E, como você viu, muitos deles voltam. Há tantos que voltam, seja em meio período ou tempo integral, como mentores. E eles mentoram dentro [das Academies] e mentoram alunos fora delas. Acho que isso mostra o quão é especial. É como quando alguém não quer ir embora, você sente que essa é a parte especial. Esse é o ‘molho secreto’ que é diferente aqui”

A importância do design e uma boa apresentação

Nos 30 anos de Apple Brasil: Os impactos do  Developer Academy

Um dos pontos fortes (é claro!) do Apple Developer Academy é o design — não só a parte estética, mas o design thinking. Ao ser questionada sobre esta habilidade dos alunos, Esther afirma: “essa é a coisa que eles aprendem, essa atenção da Apple. Eles aprendem essas habilidades desde o início. É algo crítico para nós. Não é apenas como parece, é como é desenhado e como, quando você abre algo e olha todas as peças, elas ainda são bonitas, ainda estão bem montadas e são pensadas”.

“E se você ensina a esses alunos que tudo isso importa — a maneira como você se apresenta, a maneira como coloca suas palavras juntas. Tudo é pensado, você ensaia e pensa sobre isso.”, completa.

Ainda sobre a importância do design e de outras soft skills, Hare afirma: “Acho que é por isso que eles se saíram tão bem e são tão empregáveis, porque aprenderam essas outras habilidades. Não é apenas codificação. Eles aprenderam habilidades de entrevista, habilidades de apresentação, habilidades de design.”

O que é design? Design é crítico para tudo na Apple. Claro, somos meticulosos, mas somos meticulosos por uma razão: porque importa. E quanto mais você mostra que importa, mais um empregador, mais um cliente vai achar que importa também.

— Esther Hare, diretora sênior global de relacionamento com desenvolvedores da Apple

Nos 30 anos da Apple Brasil, qual é a importância do Academy?

A vinda da executiva para o Brasil não está ligada apenas ao destaque do Academy no âmbito global. 2025 marca os 30 anos da Apple no Brasil e eu quis entender qual a importância de um programa como este na visão da empresa.

Hare explicou que “uma das coisas que é realmente importante para nós [Apple] é que precisamos que aplicativos para todos sejam feitos por todos. Queremos que a App Store seja um lugar onde todos possam ir. Sabe aquele nosso antigo ditado ‘tem um app para isso’? Isso tem que ser verdade. Isso tem que ser verdade esteja você no Brasil procurando um aplicativo de ônibus brasileiro, ou eu em Londres procurando pelo metrô.

A executiva completa, “todo aplicativo tem que ser específico para você. É em português, é sobre sua cidade, é sobre o desafio ou valor que você tem. Isso precisa ser criado por você. Eu não sei qual é o seu problema, eu não posso criar o aplicativo para você.”

“Acho que isso realmente mostra por que esses programas são tão importantes, porque a diversidade de onde realizamos esses programas é realmente pensada. Não vamos aos lugares mais prestigiados, rodando isso em Berkeley ou Stanford. Essas pessoas já têm acesso. Estamos presentes em lugares onde realmente acreditamos que podemos fazer a diferença e podemos extrair essas vozes. Há talento em toda parte. E quando extraímos esse talento e o reunimos, é como uma bola de neve. Então, sim, é criticamente importante para nós estar aqui nesses lugares”, finaliza Esther Hare.


Confira a lista de aplicativos do Apple Developer Academy

Sorrisinhos · UFPE (Pernambuco)

Um aplicativo que ensina as crianças a cuidarem do sorriso de forma lúdica e interativa. Com adesivos colecionáveis, trilhas de cuidado e desafios diários, transforma a rotina de higiene bucal.


Duckacademy - App do Apple Developer Academy
Duckademy · PUC Rio (Rio de Janeiro)

Um jogo multiplayer competitivo onde você usa o iPhone como controle remoto e duela em desafios de desenho na Apple TV. Habilidade, velocidade e precisão são suas maiores armas!


Story Stage · Eldorado (Manaus)

Um party game presencial onde reúne os amigos no mesmo ambiente e transforma 3 emojis aleatórios em histórias épicas. Perfeito para festas, reuniões sociais e noites de jogos ao vivo.


Ilustri · Senac (São Paulo)

O ilustri une leitura e criatividade em uma experiência interativa para crianças. É um aplicativo interativo desenvolvido para incentivar o gosto pela leitura e pela criatividade na fase de alfabetização.


VERA · IFCE (Fortaleza)

A V.E.R.A. (Verificadora de Evasão e Retenção de Alunos) é uma assistente de Inteligência Artificial (IA), projetada para transformar a forma como instituição de ensino lida com a evasão.


Cerne · PUCRS (Rio Grande do Sul)

Mapeie árvores com realidade aumentada e descubra quanto CO₂ cada uma pode capturar para ajudar a neutralizar sua pegada de carbono. Cerne é um aplicativo que conecta tecnologia e natureza.


SinaLu · PUCRS (Rio Grande do Sul)

SinaLu é um app educacional que torna o aprendizado de Libras divertido. As famílias descobrem a Língua Brasileira de Sinais de forma leve, interativa e gamificada.


Átomo · PUC Rio (Rio de Janeiro)

O Átomo foi criado para pessoas que querem desenvolver habilidades tecnológicas de forma simples e flexível, transformando pausas curtas em momentos reais e estruturados de aprendizado.


SlangSpeak · PUC Rio (Rio de Janeiro)

Quer entender os cariocas e soar mais natural no dia a dia? O SlangSpeak te ajuda a aprender as gírias reais do Rio, melhorar seu português e se sentir mais conectado à cidade.



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