Design
Teleton ganha nova identidade visual com conceito duvidoso
Ao ver a nova “logomarca” do Teleton, só uma coisa me passa pela cabeça: “Não, não e não!”. Primeiro porque vemos profissionais tão bem gabaritados chamando…
Ao ver a nova “logomarca” do Teleton, só uma coisa me passa pela cabeça: “Não, não e não!”. Primeiro porque vemos profissionais tão bem gabaritados chamando…
Ao ver a nova “logomarca” do Teleton, só uma coisa me passa pela cabeça: “Não, não e não!”. Primeiro porque vemos profissionais tão bem gabaritados chamando o elemento gráfico de logomarca. Em épocas medievais, isto seria tratado apenas de uma forma: a forca. Não entendo o motivo que leva a insistência no termo errôneo, mas isso é assunto para outro texto. Vamos analisar a nova marca.
O Teleton não é uma invenção do “Homem do Baú”. A ideia saiu de outra mente brilhante, o ator e comediante Jerry Lewis, que tinha como objetivo ajudar crianças com distrofia muscular e rendeu a Lewis a indicação do prêmio Nobel da Paz em 1977. A ideia era tão boa, que o formato se propagou pelo mundo e neste ano completa 15 primaveras no Brasil.
Oras bolas, se temos uma ideia tão fantástica e viralizada pelo mundo, então temos uma boa marca. Errado! O logo do Teleton não era o melhor do mundo, mas tinha uma coisa que o novo não tem, ele transmitia a ideia.
Novo Teleton vs. Teleton antigo
Para não dizer que achei o trabalho da FutureBrand um chute no meu invólucro escrotal, vou começar pelos pontos positivos da nova marca.
Experiente em identidade visual, a empresa responsável pelo redesign não dá ponto sem nó e a nova marca funciona perfeitamente nas mais diversas mídias. Navegando perfeitamente entre formatos que vão do digital ao impresso.
As cores? Um refino que só as melhores paletas Pantone conhececem, substituindo o “laranja-amarelo-cor-de-burro-quando-foge” da antiga marca por cores quentes, acolhedoras e alegres.
TeletON?! Que conceito @$!%#, seu designer de uma figa!
A nova marca seria um acerto por completo, se não fosse seu conceito primordial. “Neste caso, a gente escolheu destacar o ‘on’ (…) como se fosse algo que representasse movimento, uma ação”. Não! A marca não se chama teleON, mas sim TeleTON. Para isso, basta entender que a marca é uma adaptação do original “Telethon”, uma brincadeira/junção entre as palavras telefone e maratona, em inglês.
Outro problema, no meu humilde ponto de vista de designer, é a Precious Sans, a tipografia adotada para a nova marca. Cantos arredondados? Perfeito! Mas tinha que ter aquelas pontas retas? Olhe bem de perto e verá que as junções chegam a criar quase que facas (com uma parte curva e outra ponta pontuda, quase que agressiva).
Para finalizar, vemos uma versão com gradiente dentro do símbolo da marca (um “>” arredondado, que dá ideia de “para frente”). Por que não me bate, ao invés de colocar um gradiente do amarelo ao branco!? Será que realmente precisava disso?!
O motivo da revolta? A busca do bom design brasileiro
Alguns podem estar falando “Pra quê (sic) tanta revolta, é só uma marca… e nem é sua”, mas acho que é nosso dever trabalhar para a evolução do design brasileiro. Conceitos visuais batidos devem ser questionados. Lembrando que não é um trabalho que faz portfolio, então não quer dizer que uma marca ruim torna um escritório ou designer ruim. Apenas fico triste em ver que o simpático Tonzinho, virou uma referência pobre de uma seta, com conceitos para expressar “dinamismo” e outros tantos jargões da comunicação visual.
Apenas dois adendos ao texto acima: Impressão minha ou o novo logo parece marca de telefonia? Só um pensamento! E agradecimento especial (e créditos) para as imagens que ilustram o texto, retirada do blog Comunicadores.
UPDATE: Tenho visto diversos leitores comentando no Facebook, que a nova marca é muito semelhante/lembra pastilhas Vick