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Criança Esperança 30 anos: Não foi plágio, foi preguiça (de novo!)

Na última semana, a Globo apresentou o logo comemorativo de 30 anos do Criança Esperança. Desde então, uma enxurrada de críticas surgiu nas redes sociais, acusando a…

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Na última semana, a Globo apresentou o logo comemorativo de 30 anos do Criança Esperança. Desde então, uma enxurrada de críticas surgiu nas redes sociais, acusando a empresa de plágio e condenando a nova marca. Infelizmente as redes sociais estão cheias de especialistas em assuntos aleatórios. Então vamos primeiro entender o caso, os envolvidos e depois comentar.

Entendedor-Anonimo-Design

Tirinha “Entendedor Anônimo # 12”, do Will Tirando

Children’s Museum de onde?!

O Children’s Museum of New Hampshire é um museu e espaço comunitário na cidade de Dover, em Nova Hampshire, nos EUA. Segundo o site do museu, o objetivo da organização é incentivar a criatividade das crianças e construir relacionamentos fortes e alegres. Assim como tantas outras, a organização sobrevive com doações e voluntários. Nenhuma novidade.

Em 2014, o escritório Haigh + Martino (também de Nova Hampshire, mas de outra cidade), apresentou o redesign da marca que, segundo eles, tem mais de 30 anos de existência. Além do logo, a agência foi responsável por criar as diversas aplicações da identidade visual. Você confere alguns exemplos abaixo.

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Criança Esperança: Ô da poltrona

Se de um lado sabemos pouco sobre o Children’s Museum of New Hampshire, do outro sabemos muito sobre o Criança Esperança. O projeto, apoiado pela Rede Globo, é reconhecido pela UNESCO e todos os anos conta com um evento gigantesco que, segundo a emissora, arrecada milhões e tudo é revertido 33 projetos (previsto para 2016). Em 2015, a iniciativa completa 30 anos e ganhou um logo novo.

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Children’s x Crianças: A discussão era para ser social

Ok, agora que já apresentamos ambos os envolvidos, vamos ao tema central da discussão. Do ponto de vista de design, o logo das duas iniciativas não tem nada de genial. Pelo contrário, a família tipográfica usada nos logos pode ser encontrada em qualquer banco de imagens ou de fontes. Veja os exemplos do Shutterstock.

Outro indício da origem e que pode indicar que ambas vieram do mesmo banco são as semelhanças. Abaixo ressaltei apenas dois, mas qualquer designer vai perceber isso logo de cara. Até as cores coincidem.

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Plagio? Não… só falta de criatividade e preguiça

Segundo o site Notícias da TV, a Globo afirma que “a logomarca (sic) do Criança Esperança é uma criação original, feita a partir de uma evolução da tipologia da marca anterior e o uso da paleta de cores da marca Globo. A interseção das cores na tipografia faz referência ao conceito de ativação da campanha, em que diferentes cores e formas, quando unidas, ativam a solidariedade e a esperança”. Tudo besteira! Justificativa para um projeto pobre de criatividade e conceito.

Infelizmente, não é a primeira vez que vejo um projeto de proporções gigantescas tendo esse tipo de empenho, por parte dos responsáveis pela criação (não é culpa só do designer, mas de todos os envolvidos). No projeto #HumanizaRedes, eu disse a mesma coisa, o problema não é plágio, mas a preguiça. Não só preguiça, mas a cultura do “é para ontem”. Quantos designers não recebem o seguinte pedido: “Quero uma identidade visual, mas o cliente está pagando pouco e tem que ser rapidinho!”

Parece brincadeira, mas quem trabalha no mercado sabe que isso é comum. Não descarto a hipótese da marca Criança Esperança ter sido uma vítima deste “tem que ser rapidinho”. Vítima de uma cultura que tem transformado designers em “artistas de banco de imagem”. Onde a maior pesquisa que se faz é a de termos no banco de imagens, e não dos conceitos ou comunicações por trás da empresa, produto ou serviço.

Agora uma coisa me chamou atenção: Ambas as marcas citam “30 anos de existência”, são para crianças, possuem a mesma paleta de cor e disposição. Será que o designer responsável pela marca do Criança Esperança não teve tempo de colocar no google “children+30+color”?



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