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O grande muro de Western Australia

Falar sobre moradia não é fácil. Se você sempre teve onde morar, é quase impossível saber como é o drama de viver ao relento, sem um teto confiável para dormir.…

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Falar sobre moradia não é fácil. Se você sempre teve onde morar, é quase impossível saber como é o drama de viver ao relento, sem um teto confiável para dormir. Sabemos que projetos como Minha Casa, Minha Vida (para não dizer tantos outros, não importa o partido que está no comando) seriam excelentes, se não fosse em grande parte ferramentas políticas.

O Brasil é o quinto país em extensão territorial, isso todo mundo aprende na escola (ou deveria). São mais de 8 milhões de km², mas a densidade populacional se concentra nas regiões sudeste e nordeste. Cidades como São Paulo, Fortaleza e Recife chegam ao cúmulo de possuírem, em média, 7 pessoas por metro quadrado. Faça um quadrado de 1 m² no chão e tente colocar você e mais seis amigos dentro dele. Impossível!

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Estamos jogando SimCity com a vida real. Delimitado espaços e colocando o maior volume possível de pessoas ali. O resto? Explore os recursos naturais ou deixe à deriva. Um ótimo exemplo é o sertão pernambucano.

A maior desculpa para, governo e investidores, não investirem na região é a seca. Ok, São Paulo está seca. E agora? Mais do que isso, veja o projeto The Great Wall of Western Australia.

Criado pelos arquitetos do escritório Luigi Rosselli, o projeto é um complexo de vinte casas incrustadas em um morro. Por estarem “debaixo da terra”, as casas ficam livres do calor escaldante desta árida região.

Engenharia e arquitetura complexa? Que nada, os arquitetos adotaram paredes de taipas (técnica à base de argila e cascalho e muito utilizada no sertão brasileiro), luz solar como grande fonte de iluminação e água de um poço artesiano.

Você não moraria em um lugar deste? Ok, então imagine transformar ele em um resort? Imagine o impacto social, econômico e ambiental de um simples projeto como este. Uma área remota e inóspita (e, veja bem, quando a Austrália quer ser inóspita, não tem país que ganhe) transformada e repaginada. Não seria lindo ver um trabalho assim aqui em terras tupiniquins?



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