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Mais um dia na vida do Aranha

Para ler ao som de No More Drama, de Mary J. Blige. Estou acompanhando a onda de insatisfação dos fãs do Aranha em relação ao One More Day, o polêmico arco que…

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Para ler ao som de No More Drama, de Mary J. Blige.

Estou acompanhando a onda de insatisfação dos fãs do Aranha em relação ao One More Day, o polêmico arco que inundou as bancas nacionais nas últimas semanas.

Todos nós sabemos que o pacto entre Peter Parker e Mefisto para salvar a vida da centenária Tia May em troca de uma amnésia coletiva que promete detonar o romance do herói e Mary Jane foi uma estratégia de mercado da Marvel para corrigir o deslize editorial que foi a revelação da identidade secreta do aracnídeo nos dias da Guerra Civil. Se por um lado essa revelação foi uma carta na manga para a Guerra, agora levou o personagem para um caminho que culminou nas turvas páginas de One More Day.

Sabemos também que a manobra também tem o objetivo de tornar o “produto” atrativo e moderno para as futuras gerações de leitores. E o Homem-Aranha merece nossa reverência: mesmo com todas as presepadas que a Marvel aprontou para ele, o personagem continua relevante e icônico, sobrevivendo a todos os tropeços editoriais. Parabéns, Aranha!

O que desabona o arco é o fato dos editores recorrerem à velha fórmula defasada e preguiçosa resumida em magia + amnésia para justificar o objetivo de separar o casal Peter e Mary Jane, ao invés de explorar alternativas mais criativas, como o surgimento de um novo amor na vida do Amigo da Vizinhança que provocasse o término do casamento.

Por que não usar um argumento mais consistente e próximo da nossa realidade humana? Sim, estou falando sobre o fim do amor por conta do desencanto. Os desencontros amorosos e as decepções fazem parte da nossa trajetória e desenvolvimento emocional.

Muitas vezes, somos escravos de paixões fadadas que somente machucam e não nos trazem qualquer benefício. Sofremos, sofremos, os dias passam, as feridas cicatrizam e ao reencontrarmos o ex-amor, percebemos que o encanto acabou, somos mais fortes e conseguimos seguir mais um dia (One More Day) sem determinada pessoa ao nosso lado.

Trouxe vocês até esse ponto do post por um único motivo: saibam que, quando sofremos uma decepção ou somos rejeitados, nem sempre somos nós os perdedores. Quem decepciona e rejeita perde ainda mais: ao passo em que deixamos de ver a beleza nos olhos e no rosto de alguém, conseguimos perceber que o brilho que víamos nessa pessoa era o reflexo de nossa própria luz e não propriamente da pessoa que causou tal sofrimento.

É humana a sensação de tristeza e vazio quando passamos por um término de relacionamento. Mas é essencial substituirmos uma postura de prostração por uma postura de autovalorização e esperança.

Assim como nas HQs, o esquecimento, a amnésia não funciona na esfera dos sentimentos: troque a fuga e o medo da realidade por uma visão criativa e inovadora da vida.

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