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Post apenas para pessoas bonitas
Quando vocês não davam conta da minha ausência – justificada por algumas semanas de leituras e pesquisa – aqui estou eu para propor um post apenas para pessoas…
Quando vocês não davam conta da minha ausência – justificada por algumas semanas de leituras e pesquisa – aqui estou eu para propor um post apenas para pessoas…
Quando vocês não davam conta da minha ausência – justificada por algumas semanas de leituras e pesquisa – aqui estou eu para propor um post apenas para pessoas bonitas. Sim, se você não seguir um padrão de beleza, este post se fechará para você… chato isso, né? Ainda bem que este parágrafo é uma irônica brincadeira, pois caso as mídias passassem a gabaritar a audiência pela ausência ou abundância de beleza estética, a comunicação se tornaria um saco, irritante.
E sabe, minha gente, quero recomendar a vocês que sempre busquem “conversas de corredor” com as pessoas que lhe são caras. Conversas de corredor são aqueles papos despretensiosos com os amigos sobre cultura, vida, arte, design… nas conversas do dia-a-dia, podemos aprender muito sobre como nos relacionamos com o mundo – mesmo sendo ele virtual.
Baseadas nessas conversas que trago para a mesa o novo site de relacionamentos, o Beautiful People.com. Bom, ele funciona mais ou menos assim: só entra gente bonita, gente bonita com B maiúsculo: você faz o seu cadastro, insere uma foto (se não for a sua melhor foto, você tem chances de ser rejeitado) e apresenta suas informações estéticas, como cor dos olhos, altura, peso e até, vejam bem!, até salário. Não basta ser bonito, não pode ser pobre também, minha gente!
Aí, após colocar seus dados (e mentir um pouco, como todo bom internauta faz – rs!) você reza. Reza para o pessoal te achar uma delícia e votar para que você seja aceito. Se o povo gostar, você vai abrir as portas para o hall das belas pessoas. Se não, se as beldades de plantão desconfiarem que você tem cara de fuinha, um abraço! A porta não se abre, você será rejeitado e com muita presença de espírito, não se sentirá um lixo. Olha que legal e muderno, minha gente!
O Beautiful People foi criado em 2002 na Dinamarca e em sua terra natal, 1 em cada 11 inscritos é aceito. Nos EUA, a margem cai para 1 a cada 5. Melhorou, vai!
Claro como água que eu não vou deixar de ser seu amigo se você tentar a sorte – ou azar – da sua beleza no site. Embora muitas pessoas aderem ao site porque julgam que ele abre as portas para o mundo dos bonitos de alto nível, sua receptividade e clima de geleira do Pólo Norte não me atrai. Prefiro entrar no freezer que está bombando aqui em casa: ele parece mais quente e aconchegante que o Beautiful People.
É evidente que todos nós adoramos e apreciamos a beleza, mas não somente a estética formam um perfil atrativo: é preciso alma, graça, carisma e Inteligência. Há fatores que transcendem a simples forma física para que um relacionamento seja feliz e para que estejamos bem com nós mesmos.
Todos nós buscamos a perfeição, mas lamento informar que a perfeição personificada exclusivamente em um corpo bonito endinheirado não existe. E sou muito grato por isso. A liberdade de sermos quem somos e poder expressar nossa essência pode fazer com que nos afastemos de algumas pessoas, mas isso sim é conviver com a verdadeira beleza, com a perfeição. Sendo ninguém dotado da extrema perfeição, caminhar nesse sentido é o que realmente nos torna capazes de nos tornarmos especiais aos olhos de outro alguém.
É certo também que todos nós buscamos a beleza física como um escudo contra as rejeições e decepções amorosas, pois confiamos à beleza um poder de nos manter atraentes. Mas, em um mundo de belezas perfeitas, jamais aprenderíamos a nos reerguer de forma vitoriosa e surpreendente, após uma visita ao fundo do poço dos sentimentos não correspondidos. Algumas viagens são difíceis, mas importantes para a comprovação de quanto podemos vencer e ser realmente felizes.
Certa vez, uma amiga que manja muito, mas muito de moda, me disse: “não é legal ficar folheando revistas de moda o tempo todo. Elas só servem para mostrar o quanto podemos ser feios”. Na época, não entendi o que ela queria me dizer e, nove anos depois, percebo que buscar padrões de beleza retratados em revistas – e agora no Beautiful People – é, além de praticamente impossível, muito frustrante. E desejo de fato que cada um de vocês possa se sentir interessantes e bonitos porque são autênticos e donos de uma beleza única e original: a beleza de ser quem realmente são.