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Entrevista - Falando de redes sociais e o mundo online com @MissMoura

Por Cyntia Bravo Discussão sobre as Redes Sociais e como elas podem ser bem utilizadas pelas marcas já é assunto corriqueiro, mas falar com quem sabe, pratica e põem…

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Por Cyntia Bravo

Discussão sobre as Redes Sociais e como elas podem ser bem utilizadas pelas marcas já é assunto corriqueiro, mas falar com quem sabe, pratica e põem para fazer é bem melhor. Por isso resolvemos conversar com a conhecida @MissMoura (Patrícia Moura).

Patrícia é Coordenadora de Mídias Sociais da Binder/FC+M, Grupo de Mídia RJ e Viral com Fritas, além de se arriscar nas salas de aula na FACHA. De maneira muito simpática ela respondeu umas perguntinhas sobre toda essa loucura da Internet, como está e como deve ficar o cenário web e outras curiosidades. Fiquem a vontade!

Com limão: Como começou o seu interesse pelas redes sociais?
MissMoura: Acho que desde o surgimento do Orkut. Não me lembro de ter participado de nenhum outro site de rede social antes de 2004. Eu já conhecia o fotolog, mas ainda não tinha câmera digital, portanto, achava muito trabalhoso ter que comprar o filme, tirar a foto, encontrar alguém que tivesse um scanner e subir a foto.

CL: Quais avanços significativos você pode apontar nas redes sociais no Brasil desde que se tornou analista?
MM: Integração com celulares de todas as formas, aplicativos e jogos sociais são as principais mudanças, na minha opinião. Acho que se nos dissessem em um passado distante que seria possível enviar uma foto em tempo real para uma rede social e que ela poderia atingir em algumas horas centenas de pessoas em diversas partes do mundo, as pessoas teriam medo disso.

“Muitas marcas de B2B (…) não têm público nem conteúdo interessante para a audiência de redes (sociais)”

CL: Você acha que qualquer tipo de marca pode se beneficiar das redes sociais ou existem aquelas que por não possuírem target suficiente na rede apenas estariam fazendo figuração, sem realmente interagir com seus clientes?
MM: Em primeiro lugar, vamos deixar claro que existe uma infinidade de sites de redes sociais. Então, concordo que qualquer marca pode se beneficiar do poder das redes sim, mas se estivermos falando de redes mais famosas como Orkut e Twitter, nem todas as marcas têm posicionamento e estratégias adequadas para garantir adesão.

Muitas marcas de B2B (business to business), por exemplo, não têm público nem conteúdo interessante para a audiência de redes como essas. Criam seus perfis, tentam forçar um relacionamento e logo, logo, abandonam a idéia.

CL: O Twitter teve um crescimento no Brasil em curto espaço de tempo. O que você acha que atraiu tantos usuários à ferramenta?
MM: A simplicidade da rede, a possibilidade de interação em qualquer lugar, espaço e tempo, desde que se tenha uma conexão.

CL: Ao contrário do Twitter, o Facebook, apesar deestar a mais tempo na rede, ainda anda a passos lentos no Brasil. O que está dificultando esta adaptação do público brasileiro?
MM: O Facebook passou por alguns momentos que devemos relembrar: no início, o usuário só podia se cadastrar a partir de uma instituição de ensino americana (daí a origem do nome, relembrando os livros de formatura), depois ele não dispunha da língua portuguesa e, por fim, o usuário brasileiro tinha toda a sua rede social no Orkut. Por isso não via sentido em gerenciar outra rede. Quando o Facebook adotou o português e começou a investir nos social games, a coisa mudou de figura. Visto que alcançou mais de 1 milhão de usuários ativos em 2009.

CL: Agora que se instalaram em nossa realidade, as redes sociais se sustentarão por um longo tempo, como a TV que continua ativa, ou elas podem ser consideradas moda e daqui a alguns anos não despertará tanta curiosidade?
MM: Bom, eu não tenho bola de cristal, mas creio que elas continuarão existindo e sendo tão comuns quanto acessar o MSN. Acho que hoje é um pouco assim.

CL: Uma pesquisa recente apontou um desinteresse pelos blogs por parte dos adolescentes. Existe risco de daqui a alguns anos eles serem extintos ou talvez substituídos por alguma outra rede social?
MM: Eu não tive acesso à pesquisa, mas creio que uma tecnologia não substitui completamente a outra e, sim, complementa (com algumas exceções). Na minha opinião, o número de blogs tende a crescer junto com o acesso das classes mais baixas à internet.

CL: Algumas empresas, mesmo tendo mercado na internet, preferem não manter um perfil em redes sociais. Está é uma solução inteligente para quem não quer expor sua marca?
MM: Bom, eu acho que inteligente é se relacionar com seu consumidor de alguma forma. A Apple não tem perfil nas redes sociais, no entanto, tem milhões de fãs pelo mundo que colocam a marca centenas de vezes nas redes todos os dias. Dependendo do posicionamento da empresa, apenas monitorar e fazer o possível para satisfazer e surpreender seus consumidores já seja bastante inteligente.

CL: Muitas marcas não conseguem fazer um bom trabalho com seus perfis. A que você atribui esta dificuldade e quais etapas e preparações são necessárias para que esta responsabilidade possa ser assumida?
MM: Muitas marcas não têm profissionais qualificados para trabalhar com mídias sociais ou uma agência especializada que a represente. Esta é a raiz da questão. Muitos profissionais de comunicação ou marketing a frente das empresas acreditam estar qualificados para gerenciar a presença digital de uma marca, mas não é tão simples assim.

CL: As equipes de marketing ainda estão despreparadas para o trabalho com as redes sociais?
MM: O diploma em Marketing ou a experiência no departamento de marketing de uma empresa não habilita um profissional a fazer um planejamento concreto em mídias sociais. Há que se ter uma boa noção em redes sociais, acompanhar as notícias e pesquisas, gostar de criação, conhecer a teoria, assim como o estudo do comportamento do consumidor, uma pitada de experiência do usuário e de arquitetura da informação e ter muito, mas muito bom senso.

CL: O público web tem “pautado” muitas matérias jornalísticas em revistas, Tv e jornais. Você tem notado que as redes sociais podem acelerar o processo de extinção destas mídias ou o público offline ainda permanecerá por mais tempo?
MM: Não acho que uma tecnologia substitua a outra, apenas se complementam e, é claro, transformam modelos de negócio existentes. Creio que esse seja o principal impacto.

CL: A educação à distância aqui no Brasil ainda é uma realidade também distante. De que forma as redes sociais poderiam auxiliar este processo de adaptação e acolhimento desta forma de ensino?
MM: Bom, EAD não é a minha área, mas creio que redes de compartilhamento e colaboração como Wikipédia e seus derivados podem ser ferramentas muito interessantes para um ensino mais dinâmico. Redes sociais como Livemocha permitem que usuários de todo país aprendam um novo idioma e, assim, sucessivamente.

“(…) recebi a vaga e entrei em contato pelo Twitter.”

CL: Podemos perceber a capacidade de algum profissional pela análise de um perfil em alguma destas milhares de redes que tem surgido a cada dia? Seria uma espécie de currículo virtual?
MM: Acho que se o profissional se destina na a falar ou escrever sobre a área de seu interesse seja mais fácil, mas o método de seleção de profissionais deve ser um mix do tradicional com o novo. Particularmente, uma das três últimas agências que trabalhei, eu recebi a vaga e entrei em contato com o gestor pelo Twitter.

CL: Com o mundo geek ganhando uma proporção maior do que muitos imaginavam, como você vê o mundo web e seus usuários daqui a uns 10 anos?
MM: Fritas acompanham? Brincadeira… (risos). Eu costumo dizer que ano de web é ano de cachorro, cada ano equivale a sete. Então, eu não tenho como tentar adivinhar como a rede estará daqui a 70 anos.

Cyntia Bravo é publicitária, marketeira por paixão e blogueira por opção.



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