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O futuro da educação e os 4 princípios de design para a aprendizagem, segundo…

Os CEOs do futuro serão designers (ou terão, pelo menos, conhecimento em design). Para entender melhor esta afirmação, precisamos olhar para o futuro da educação e…

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Os CEOs do futuro serão designers (ou terão, pelo menos, conhecimento em design). Para entender melhor esta afirmação, precisamos olhar para o futuro da educação e o contexto onde o design está inserido. Começando pela parte mais simples, onde falo sobre design; e não estou falando apenas no design gráfico ou design de produtos. Estou falando do design de uma forma mais abrangente, o design que explicita a sua essência no significado da palavra: o projeto.

Um bom designer sabe, acima de tudo, planejar e observar o projeto de forma holística, ou seja, compreendendo a sua totalidade. Não estou dizendo que um bom designer sabe, por exemplo, de leis e não precisa de um advogado. Pelo contrário, ele sabe olhar e identificar que ali, naquele ponto do projeto, precisa de um profissional qualificado para determinada ação ou, até mesmo, para liderar.

Dieter Rams, designer industrial alemão responsável por diversos projetos da Braun e grande influência de designers famosos, como o britânico Jonathan Ive (responsável pelo departamento de Design da Apple até 2019 e o grande especialista por trás do visual de produtos como iMac, iPhone, iPod e iPad); introduziu na década de 70 o conceito de desenvolvimento sustentável e dos 10 princípios para um bom design.

Princípio #01 – O bom Design é inovador: As possibilidades de inovação não estão, de modo algum, esgotadas. O desenvolvimento tecnológico está sempre oferecendo novas oportunidades para projetos inovadores. Mas o Design inovador sempre se desenvolve em conjunto com tecnologia inovadora e nunca pode ser um fim em si mesmo.

Princípio #02 – Um bom Design torna um produto útil: Um produto é comprado para ser usado. Ele tem que satisfazer certos critérios, não apenas funcionais, mas também psicológicos e estéticos. Um bom Design enfatiza a utilidade, ao mesmo tempo que desconsidera qualquer coisa que possa prejudicá-lo.

Princípio #03 – Um bom Design é estético: A qualidade estética de um produto é essencial para sua utilidade, porque os produtos que usamos todos os dias afetam nossa pessoa e nosso bem-estar. Mas apenas objetos bem executados podem ser bonitos.

Princípio #04 – Um bom Design torna o produto compreensível: Ele esclarece a estrutura do produto. Melhor ainda, pode fazer o produto falar. Na melhor das hipóteses, é auto-explicativo.

Princípio #05 – Um bom Design é discreto: Produtos que cumprem uma finalidade são como ferramentas. Eles não são objetos decorativos, nem obras de arte. Seu design deve, portanto, ser neutro e restrito, para deixar espaço para a auto-expressão do usuário.

Princípio #06 – Um bom Design é honesto: Não torna um produto mais inovador, poderoso ou valioso do que realmente é. Não tenta manipular o consumidor com promessas que não podem ser mantidas.

Princípio #07 – Um bom Design é de longa duração: Evita estar na moda e, portanto, nunca parece antiquado. Ao contrário do design da moda, dura muitos anos – mesmo na sociedade descartável de hoje.

Princípio #08 – Um bom design é completo até o último detalhe: Nada deve ser arbitrário ou deixado ao acaso. Cuidado e precisão no processo de design mostram respeito ao usuário.

Princípio #09 – Um bom Design é ambientalmente amigável: Design faz uma contribuição importante para a preservação do meio ambiente. Conserva recursos e minimiza a poluição física e visual ao longo do ciclo de vida do produto.

Princípio #10 – Um bom Design é mínimo: Menos, mas melhor – porque se concentra nos aspectos essenciais, e os produtos não são sobrecarregados com itens não essenciais. De volta à pureza, de volta à simplicidade.

Se olharmos para estes dez itens, veremos que muitos resumem não só as principais tendências dos últimos anos (sustentabilidade, ESG, etc.), como também serve de bússola no desenvolvimento de produtos e serviços, refletindo muitas metodologias atuais de projeto. É ainda mais incrível pensar que Rams descreveu estes princípios há mais de 50 anos.

Além disso, um bom designer é curioso e criativo. A boa notícia é que estas são qualidades que você aprende e evolui durante os anos. Tanto que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), utilizada para nortear os currículos dos sistemas e redes de ensino no Brasil, cita a palavra criatividade 13 vezes em seu documento. É neste ponto em que cruzamos as habilidades do designer com a base da educação.

Por exemplo, na Educação Básica, uma das competências gerais diz que o estudante deve “exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.”

Segundo Anna Penido, diretora do Instituto Inspirare e integrante do Movimento pela Base Nacional Comum, em entrevista para a Faber-Castell Educação, “a partir do momento em que envolve os estudantes na criação de uma série de produtos, soluções, processos, estimulando que o aluno se veja como um criador, um inovador. Também desenvolve o pensamento crítico, já que os alunos questionam a realidade.”

É claro que existem uma infinidade de desafios, principalmente no Brasil, quando o assunto é educação. Caso queira saber um pouco mais sobre o assunto, sugiro que ouça o podcast que gravei com Ítalo Dutra, Chefe de Educação do UNICEF no Brasil e coordenador de iniciativas nacionais para a busca ativa de meninos e meninas fora da escola e enfrentamento à cultura do fracasso escolar, para o InovaSocial, ainda no início da pandemia (ouça abaixo).

No entanto, um dos pontos que podem ajudar na educação e se une perfeitamente com o que falei anteriormente neste texto é o uso da tecnologia em sala de aula (seja ela presencial, ou híbrida). Em decorrência da pandemia, este processo de digitalização da lousa e do giz impulsionou um novo cenário para a educação — algo que já havia sinalizado no texto “Geração Alfa e a educação nas plataformas online“, mas que ganhou um ritmo acelerado nos últimos anos.

Já que estamos falando de tecnologia, como ignorar a maior empresa de tecnologia do mundo? Sim, estou falando da Apple. Antes vale dizer que a gigante de Cupertino tem direcionado bastante seus produtos, principalmente o iPad, para esta nova forma de educar e ser educado. No texto “Educação do amanhã: Aprender linguagens de programação será um diferencial na formação dos jovens“, também do InovaSocial, mostramos como a programação estará presente na formação dos estudantes e algumas novidades do Swift Playgrounds 4.

4 princípios de design para a aprendizagem, segundo a Apple:

O Futuro Da Educação E Os 4 Princípios De Design Para A Aprendizagem, Segundo A Apple

A Apple tem uma visão interessante sobre a educação e o relacionamento entre estudantes e professores, além de quatro princípios de design para a aprendizagem. Cada um dos pontos se distribuem em funcionalidades e características dos seus produtos:

Conectada: A aprendizagem conectada é muito mais do que apenas acesso básico à Internet e dispositivos. Quando a tecnologia é usada em seu potencial máximo, ela pode oferecer para os alunos um conteúdo de qualidade, novas maneiras de acessá-lo e ferramentas que o tornam relevante para seu mundo. A tecnologia permite que os alunos se conectem e interajam com o conteúdo de maneiras que antes não eram possíveis.

Funcionalidades

  • Navegação com foco: Use o Leitor do Safari para se concentrar no conteúdo e não nos anúncios quando você estiver navegando na web;
  • Notas que guardam tudo: Capture conteúdo em diversos formatos com o app Notas. Você poderá até digitalizar documentos;
  • Acesso seguro ao conteúdo: As escolas podem proteger os dispositivos e garantir o uso responsável. Para dispositivos pessoais, as famílias podem monitorar e gerenciar o uso do iPad em casa.

Colaborativa: A aprendizagem colaborativa vai além de documentos online compartilhados e videoconferências. A tecnologia também pode melhorar a vida das pessoas que criam e trabalham juntas com um objetivo em comum, permitindo mais oportunidades para formar relacionamentos e contribuir com seus talentos únicos para um trabalho significativo.

Funcionalidades:

  • FaceTime em Grupo: Colabore pessoalmente com até 32 outras pessoas em qualquer dispositivo Apple;
  • Notas compartilhadas: Trabalhe em conjunto no app Notas compartilhando um pensamento rápido, criando listas de verificação ou esboçando ideias;
  • Colaboração com o Projeto Escolar: Este poderoso app para iPad permite que alunos e professores compartilhem materiais e trabalhem juntos em tempo real | Download para iOS

Criativa: ​​A aprendizagem criativa não precisa se limitar a projetos de arte ou multimídia. A tecnologia pode ser essencial para a criatividade em todos os assuntos, atuando como uma extensão da forma como os alunos exploram o mundo, resolvem problemas difíceis e criam. Uma melhor tecnologia permite que os alunos desenvolvam ideias originais e habilidades de pensamento crítico e descubram seu potencial.

Funcionalidades:

  • Apple Pencil: Faça anotações, desenhos e explore diversas formas de expressar suas ideias;
  • GIFs com o Keynote: Faça seus próprios GIFs para tutoriais rápidos, pontos de partida divertidos e apresentações que se destacam; | Veja mais aqui
  • Projetos criativos para alunos: Explore as atividades que usam os recursos integrados do iPad em Criatividade para Crianças. | Veja mais aqui

Pessoal: A aprendizagem pessoal com tecnologia não se limita a software adaptativo. Em seu potencial máximo, a tecnologia permite que todos os alunos assumam a responsabilidade pela aprendizagem e demonstrem domínio dela. Os alunos podem usar tecnologias assistivas para progredir no seu próprio ritmo e construir um caminho de aprendizagem pessoal.

Funcionalidades:

  • Texto que fala: Os recursos Falar Seleção e Falar Conteúdo da Tela ajudam na leitura e compreensão, permitindo que os alunos ouçam o texto; | Veja mais aqui
  • Informações com o Projeto Escolar: Veja o progresso dos alunos nos apps e indique sugestões personalizadas para seus caminhos de aprendizagem;
  • Professores qualificados: A Apple ajuda os professores em seus caminhos de aprendizagem para que eles também possam ajudar os alunos nos deles. | Veja mais aqui

O compromisso da Apple com a educação também inclui cursos e recursos de aprendizagem gratuitos. Para ajudar professores e alunos com a aprendizagem conectada, colaborativa, criativa e pessoal, a empresa oferece cursos gratuitos dedicados à expressão criativa e programação. Os cursos Criatividade para Todos, Programação para Todos e Desenvolva em Swift usam o potencial máximo da tecnologia Apple, trazendo conteúdo interessante e oportunidades para que os alunos trabalhem juntos para um objetivo comum. Com o curso Criatividade para Todos, os alunos aprendem a pensar, expressar ideias e enfrentar desafios com desenhos, vídeos, fotografias e músicas. E com os recursos de programação, os alunos aprendem novas formas de pensar e concretizar ideias.

Por fim, vale ressaltar que tudo isso não faz parte de um futuro longínquo. Muito pelo contrário, a visão de design para a aprendizagem da Apple é uma realidade. Os princípios para um bom design, como já disse, tem mais de 50 anos. Design thinking, UX/UI e tantos outros conceitos de design já fazem parte do dia a dia das empresas. Por isso, não é tão loucura afirmar que os próximos CEOs serão designers e pode ser que tenham aprendido alguns conceitos com um iPad na mão e muita curiosidade.



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