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5 dicas para migrar: O novo Affinity é o respiro que faltava para os designers
Conheça os 5 recursos que fazem do novo Affinity uma das melhores alternativas à Adobe. Leve, integrado e agora com toque do Canva.
Conheça os 5 recursos que fazem do novo Affinity uma das melhores alternativas à Adobe. Leve, integrado e agora com toque do Canva.
O que você vai descobrir a seguir:
Por Glauber Brandon, designer e editor livre das amarras das assinaturas
O recente anúncio de novidades do Canva superou as expectativas criadas um mês antes, quando o conjunto de programas Affinity saiu do ar prometendo uma revolução. Logo surgiu um medo fomentado indiretamente pela hegemonia da Adobe no mercado: será um plano de assinaturas? Será a chegada da V3 (versão 3) e eu terei que pagar tudo de novo? Será que a Affinity vai virar um enorme Canva?
Antes de prosseguir, quero contar como fiz minha migração para o Affinity Suite. Há pouco mais de um ano, eu era assinante da Adobe havia dois anos e já tinha desembolsado, sozinho, quase R$ 4.000,00 no Creative Cloud Todos os Apps (equivalente ao atual plano Pro). Como eu trabalhava em regime CLT em uma emissora de TV, mal tinha tempo de aproveitar os programas, mas ainda os utilizava para pequenos projetos pessoais. Eu precisava encontrar uma forma de manter a assinatura ou encontrar um substituto.
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Naquela mesma época, a Adobe mudou seus termos de contrato, e isso me soou como uma advertência: era preciso encontrar uma solução rápida. Foi então que, numa proposta bastante ousada, a Affinity disponibilizou seus programas gratuitamente em um free trial de seis meses (é, isso mesmo que você leu), algo que durou ao longo de todo o segundo semestre de 2024. Além disso, ofereceu a venda de suas licenças perpétuas com 50% de desconto — tanto para quem adquiriu a Licença Universal, quanto para quem comprou apenas um dos programas. Pouco tempo depois, a Affinity foi comprada pelo Canva.
Quando comprei a Licença Universal pela bagatela de R$ 400,00, foi como se eu tivesse saído de uma cela escura, úmida e poeirenta. Os programas eram leves, práticos e bastante intuitivos. A interface era muito mais amigável e os comandos diferiam muito pouco de seus equivalentes na Adobe. Eram eles: Designer (dedicado a vetor, equivalente ao Illustrator), Photo (dedicado ao bitmap, equivalente ao Photoshop) e Publisher (dedicado ao editorial, equivalente ao InDesign). Passei a criar muito mais artes nesse um ano de Affinity já pago do que nos dois anos assinando a Adobe por conta própria.
Ao longo do tempo em que utilizei a V2 do Affinity Suite, não tive dificuldades para me adaptar, mas aprendi na marra que se tratava de programas diferentes — e que algumas funções chegam a ser melhores do que as da Adobe.
Por isso, vou listar cinco pontos importantes para você entender o novo Affinity!
Apenas abrindo os programas: enquanto o Photoshop devora mais de 2 GB, o novo Affinity — agora mesclando seus três programas em um só — mal ocupa 800 MB (isso no macOS, mas ele também está disponível para Windows). Ele mantém a mesma leveza e responsividade de antes. Além disso, seus antigos formatos de arquivo, que eram longos de escrever, agora foram unificados em apenas um único formato .af, cuja integração dentro do Canva é garantida.

O sistema de Personas fazia parte da V2, organizando os espaços de trabalho em formatos adequados para a edição que você busca. Eles ficavam logo acima dos painéis, organizados por ícones. No novo Affinity, as Personas agora se chamam Estúdios e se apresentam em abas coloridas no topo esquerdo do programa.
Você pode acessá-las no mesmo lugar onde as Personas ficavam e, por padrão, aparecem os Estúdios Vetor (antigo Designer), Pixel (antigo Photo) e Layout (antigo Publisher).
Há ainda outros seis Estúdios que podem ser ativados ou desativados a qualquer momento. Você compõe da maneira que preferir e ainda pode criar seu próprio Estúdio. Todos disponíveis em PT-BR (é possível trocar em Geral > Idioma).
Importante: o Estúdio Canva IA só pode ser acessado pela assinatura do Canva Pro.
Para proteger a qualidade dos arquivos, o Photoshop demanda a conversão da camada em Objeto Inteligente (Smart Object). Porém, qualquer ajuste sobre a imagem convertida exige rasterização ou ajustes dentro do Objeto Inteligente.
No novo Affinity, as camadas funcionam como objetos inteligentes por si só: servem como pastas para outras funções — seja para aplicar filtros ou criar máscaras de recorte — e você pode incluir quantas camadas quiser. No novo app, agora existem dois modos de exibição: vetor e pixel.
Um ponto muito favorável do Affinity é dispor de preview sempre que o usuário aplica alguma função. Por exemplo, se você utilizar um pincel (brush) na tela, terá uma prévia de como aquele pincel vai se comportar — em tamanho, cor e forma. É perfeito para criar máscaras personalizadas.

Ao selecionar uma ferramenta, antes de executar a mudança, o novo Affinity mostra uma prévia (por exemplo, na imagem ao lado, antes de “pintar” a máscara, ele mostra o preview do pincel na arte). Pode parecer algo simples, mas agiliza as alterações e ajustes no dia a dia.
Outro exemplo é o degradê (gradient), totalmente editável e previsível na tela. No Photoshop, os degradês são aplicados sem prévia, e é preciso acessar várias janelas para poder modificá-los.
Tanto na V2, quanto no novo Affinity, existe o sistema de camadas de ajuste. Assim como nos programas anteriores, é possível aplicar filtros de desfoque, ajustes de nitidez ou o que for acima ou dentro da camada afetada, sem prejuízos. Tudo é facilmente editável e ajustável.
E isso, meus amigos, é só um aperitivo do que o Affinity pode proporcionar a nós, designers. Ainda estou explorando o novo app, mas com o mesmo prazer de quando comecei a usá-lo na V2. Aproveite e experimente sempre que quiser — afinal, é de graça para sempre!
Affinity está disponível para download em macOS 15 (Catalina) ou posterior, Windows 10 ou 11 (64 bits) e — em breve — para usuários de iPad.
Saiba mais sobre o autor convidado: Glauber Brandon é designer e editor cearense com mais de 10 anos de experiência em edição de vídeo e motion design. Com domínio dos principais softwares do setor, como Adobe After Effects, Premiere Pro, Photoshop e Illustrator, além de DaVinci Resolve e Final Cut Pro, também é conhecido como evangelista do Affinity.