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Dizem que toda obra-prima tem seu rascunho. God of War 3 é a prova disso
Por Michele Pandini Atualmente no mundo dos games muitas pessoas costumam dizer: “esse gênero estagnou”. Aconteceu isso com FPS, até que veio Halo.…
Por Michele Pandini Atualmente no mundo dos games muitas pessoas costumam dizer: “esse gênero estagnou”. Aconteceu isso com FPS, até que veio Halo.…
Por Michele Pandini
Atualmente no mundo dos games muitas pessoas costumam dizer: “esse gênero estagnou”. Aconteceu isso com FPS, até que veio Halo. Aconteceu isso com simuladores de carro, até surgir Forza 3 e estava para acontecer com hack’n slash (ou esmaga botão), mas apareceu God of War.
God of War não era um jogo inovador, mas soube aproveitar elementos que antes não eram tão bem utilizados, como por exemplo, os mini-jogos de apertar botões na hora certa. Junte isso com o fato do personagem principal ser um guerreiro espartano violento que não tem escrúpulos para conseguir o que quer e plim! Temos um sucesso de vendas.
No entanto a saga de Kratos fez tanto sucesso que os produtores não quiseram largar o ouro. Por que não fazer uma trilogia? Afinal, toda trilogia dá dinheiro! Mas ao invés de fazer mais do mesmo, eles conseguiram melhorar.
(Atenção: spoilers de God of War 1 e 2 a seguir)
A história é bem simples. Kratos era um general espartano e era bom no que fazia: guerras e matanças. Infelizmente, em uma batalha, Kratos viu seu exército ser derrotado e quando estava para ser morto, pediu ajuda ao deus da guerra – Ares – que o transformou em seu servo em troca da vitória pela batalha.
Ares então viu que Kratos poderia ser o guerreiro ideal e, enganando Kratos, o fez matar sua própria família. Foi então que nosso general espartano jurou vingança ao deus da guerra, a partir daí o jogo vira Kratos contra a mitologia grega: Ares no primeiro, Zeus no segundo e todo o resto no terceiro.
Simples? Sim, até um pouco clichê, mas a excelente jogabilidade e mesmo os diálogos e situações do jogo fazem com que você se prenda ao personagem de forma que você também anseie pelo sangue desses reles deuses do Olimpo em suas lâminas. E isso, que começou no primeiro jogo foi evoluindo até uma forma de ser o jogo que queríamos ter. Traduzindo: God of War 3.
Desde o primeiro o jogo a Santa Monica (software house responsável pelo jogo) primou em jogabilidade, diálogos e cenas. Ainda tinha seus erros, não foi usado tudo que podia, mas o jogo tinha que ser lançado.
No segundo eles provaram o quanto podiam usar todo o potencial da plataforma (o Playstation 2), mas erraram nos controles, no equilíbrio entre as armas e no final do jogo, que deixa implícita a seguinte fala: “Ha!Ha! Você zerou? Se f*** porque vai ter que comprar um PS3!” *(insira um bundalelê aqui).
Isso não é digno de uma boa empresa de jogos, mas a Sony já estava com um ano de atraso em relação a Microsoft nos videogames da nova geração. Fazendo isso, a Sony ficou com uma carta na manga, sabendo que os fãs da franquia esperariam por seu próximo console.
E agora, em março de 2010, ela mostrou sua carta. Admito que como fã da série, estava com medo deles fazerem alguma besteira e piorarem o jogo devido ao imenso hype em torno dele ou até mesmo a falta de tempo para melhorar o jogo. Acho que a Santa Monica ainda não tem o poder de fazer como a Kojima Productions e dizer: depois eu lanço, depois eu lanço. Eles tinham uma data e o jogo tinha que ser feito até ela. E que surpresa agradável que eu tive.
“…a trilha sonora é regida por uma orquestra que faz a sua adrenalina vir a tona”
Eu não imaginava que eles podiam, de fato, melhorar o jogo. Logo no início, a abertura do jogo (que você pode conferir abaixo) são animações estilizadas e a trilha sonora é regida por uma orquestra que faz a sua adrenalina vir a tona. Kratos, por mais parrudo que seja, está levíssimo e reage bem aos controles, com notória exceção para o pulo. (Pulo é meu maior inimigo, isso que dá não ter jogado Mario na infância!).
Os gráficos nem preciso comentar. Mantiveram o estilo de jogo em gráficos bem detalhados. Palmas para o quarto de Afrodite, onde o cenário é… bem… ahn… como dizer… evocativo, se você prestar atenção.
A cada edição de God of War, o estúdio Santa Monica não mente sobre Kratos. Ele é um trouxa. Fato! Um trouxa muito forte que ninguém leva a sério e por causa disso está decidido a acabar com seus inimigos. Todo o diálogo do jogo pode ser resumido em “Blá blá blá vingança blá blá blá Zeus blá blá blá morreu”. Pode aparecer hilário, mas isso faz com que você acredite no personagem.
Ele não quer saber de desculpas, de interesses, de nada. Ele quer saber do dele e não vai ser intimidado por ninguém. Por maior que seja, acredite… Pode acreditar que Kratos, em nenhum momento vai virar e aceitar desculpas de quem for. Ele não vai trair a personalidade que foi dada a ele. Um brutamontes com duas blades muito maneiras!
“…se você gostar de destruir a mitologia grega, vai adorar!”
Um jogo para várias pessoas. Para quem gosta de arte, vale a pena curtir os cenários e as cenas. Para quem gosta de música, a trilha sonora de God of War merece todos os prêmios. Para quem gosta de mitologia grega… bem, se você gostar de destruir a mitologia grega, vai adorar! Se você quer reconhecer os seres e as passagens mitológicas também é um ótimo jogo. Mas o principal público dele são pessoas que querem se divertir com muito sangue e alguns puzzles para pôr a cabeça para pensar. Se você se encontrou com esse último grupo, trate de separar o dinheiro, porque não tem jogo melhor que esse.
Michele Pandini bibliotecária, gameníaca e autora convidada. Arranca a cabeça dos que falam alto na biblioteca com R2, L1, X, esquerda e direita.