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Dia Nacional do Design... Que tal refletirmos?

Dia 05 de novembro é comemorado o Dia Nacional do Design, uma alusão ao nascimento do mestre Aloísio Magalhães e blá blá blá. Você já conhece toda a história.…

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Dia 05 de novembro é comemorado o Dia Nacional do Design, uma alusão ao nascimento do mestre Aloísio Magalhães e blá blá blá. Você já conhece toda a história. Mas hoje não quero comemorar, quero refletir. Um ato quase esquecido pelo nosso cotidiano acelerado e conectado.

Antes de tudo, quero corrigir alguns amigos. Hoje é dia nacional do DESIGN. Isso é muito importante para as questões que vou colocar abaixo. Ao invés de falarmos sobre o designer (indivíduo), vamos refletir sobre o design em si. O design como ferramenta estratégica, como pensamento de transformação. Algo muito além do nosso mundinho cotidiano, do nosso ego. Pode parecer um papo filosófico de bar, mas os impactos são gigantescos.

Nunca pensei que fosse fazer uma carta aberta aos designers…

Mas nas últimas semanas, aconteceu o veto a regulamentação da profissão. Com isso, fiz um texto sobre o caso e… virei a bruxa na Inquisição. A pessoa com pensamento diferente que deveria ser queimada na fogueira. Isso me surpreendeu! Oras, o designer não deveria ser o cara com pensamento aberto? Não deveria ser o profissional inovador, que faz imersão em “n” experiências para poder atender clientes, projetos e causas? Uma parcela se mostrou bem diferente neste aspecto. Um grupo bradando palavras de ordem e hashtags amarguradas. Não querem a regulamentação, querem reconhecimento. Querem um trabalho valorizado, quando se sujeitam a jornadas altíssimas, por salários escusos. Querem respeito, quando são os primeiros a criticarem o trabalho do iniciante, sem dar uma sugestão construtiva.

Quem é (ou deveria) ser o designer?

O designer não é o cara que senta no computador e desenha uma marca ou produto. O designer não é o cara que, com tinta e papel, produz uma família tipográfica belíssima. NÃO! O designer é o cara com pensamento voltado para o design. Ou seja, para o projeto. É o cara que sabe olhar o plano sob uma ótica ampla.

Quer um exemplo (muito) simplista? Fui contratado para cuidar da identidade e comunicação (vulgo, branding) de um atleta de poker. Poderia muito bem ter apenas desenhado um logo, criado peças belíssimas e desenvolvido uma estratégia simples, para “eliminar” o trabalho rapidamente. Ao invés disso, pratiquei a tão falada (e temida) imersão. Fui jogar poker (de brincadeira, é claro! Estou muito longe de ser um atleta), participei das aulas de coaching do meu cliente e conheci termos exclusivos do mercado. Fiz o que esquecemos de fazer muitas vezes, fui estudar o mercado no mercado.

Quer mais exemplos? Você desenha embalagens? Quantas vezes foi para o supermercado e desenhou algo lá? Trabalha com mobiliário? Quantas vezes saiu da fábrica e foi para a loja falar com clientes? O cliente que compra o sofá, não o cliente loja.

O design vai muito além do seu umbigo.

Ontem participei de um evento da Adobe e, em determinado momento, Federico Grosso, VP – Head Latam, deu a seguinte sugestão: “Para seguirmos em frente, precisamos queimar navios. Assim como fez o explorador espanhol, Hernando Cortez, precisamos queimar os navios para não (sucumbirmos a tentação de) regredirmos”.

Na minha (humilde) opinião, todos nós temos seus “navios”, mas existe um em comum e que deveríamos queimar todos os dias, nossos pré-conceitos. Queime um preconceito por dia e você estará aberto a novas experiências. Seja amplo, como o design deve ser. Em resumo, comemore o seu dia, meu caro colega, mas não esqueça de, no fim do dia, perguntar o porquê e como você está aplicando o design na sua vida. Feliz Dia Nacional do Design!



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