Futuro
A inteligência artificial vai roubar os nossos empregos?
Já faz alguns meses que venho trabalhando com inteligências artificiais em diversas aplicações do cotidiano e do meu fluxo de trabalho. Em dezembro de 2022, escrevi o…
Já faz alguns meses que venho trabalhando com inteligências artificiais em diversas aplicações do cotidiano e do meu fluxo de trabalho. Em dezembro de 2022, escrevi o…
Já faz alguns meses que venho trabalhando com inteligências artificiais em diversas aplicações do cotidiano e do meu fluxo de trabalho. Em dezembro de 2022, escrevi o texto “Entrevistei uma inteligência artificial sobre futuro, inovação social e sociedade“, para o InovaSocial, onde mostrei uma conversa com o ChatGPT sobre temas que impactam nossa sociedade. Mais recentemente, publiquei no Instagram algumas imagens que o Midjourney gerou a partir dos comandos que inseri na plataforma. Neste período, também interagi com o Dall-E e tantas outras plataformas (algumas melhores, outras piores).
Complementando este texto, no fim de janeiro de 2023, publiquei o texto “IA vs. Humanos: A ética e os direitos na ‘criação’ da arte digital“, no AdNews, que já falava um pouco sobre a aplicação de IAs no campo profissional… principalmente no mercado criativo. E, veja bem, alguns designers, ilustradores, publicitários e afins não estão vendo esta “invasão” com bons olhos. Tanto que já temos até processos na justiça norte-americana.
Não sei se tenho uma boa ou má notícia para você, mas as Inteligências Artificiais vieram para ficar. Se você estava contando que isso seria apenas uma onda passageira, pode esquecer. Mas a resposta para a pergunta que intitula esta publicação é um pouco mais complexa.
No texto “Robôs e Futuro – Parte 2: Um Panorama Histórico”, publicado no Com limão, o economista e pesquisador da Universidade de Coimbra, Derick Almeida, afirma que “se por trás da sua ocupação existe um conjunto de tarefas previsíveis e que podem ser descritas por regras e etapas objetivas, existe aí grande chance de que um robô [ou inteligência artificial] a desempenhe no futuro.” Ou seja, se a sua tarefa é operacional e “mecânica”, é muito provável que ela venha a ser substituída por uma IA.
No entanto, a pergunta que faço é: Atualmente, a sua atividade é “mecânica” porque é isso que você sabe fazer ou ela é assim porque existe um grande volume de trabalho operacional que toma o seu dia? Eu sei que você deve estar falando “ah, Victor, mas nem todo mundo é assim!”. Concordo, mas na história da raça humana, já tivemos profissões que deixaram de existir. O acendedor de lampião era uma profissão paga para acender os lampiões das ruas e, com isso, prover a luz para as vias públicas (no Brasil, assim como em várias outras atividades, ela era executada por escravos). Já a profissão de telefonista nasceu praticamente com o telefone e sumiu na década de 80. O leiteiro entregava leite na porta de casa e hoje você tem que andar até o supermercado — ou pedir no aplicativo de entregas. É assim, o mundo muda.
Isso quer dizer que a inteligência artificial vai nos substituir e pronto? Vale lembrar que o público do Com limão é, em grande parte, formado por profissionais criativos, então é nesta parcela que quero focar a resposta deste texto. Caso você seja, sei lá, um(a) advogado(a), está mais do que convidado a continuar a leitura — acredito que o texto ainda será válido, mas trarei alguns exemplos específicos.
AAAHHH! A Inteligência Artificial vai acabar com os ilustradores! Muita calma nesta hora, meu padawan. Vamos começar pelas limitações de algumas ferramentas de IA (veja bem, é assim que quero que você veja as IA, como ferramentas). O Midjourney, queridinho/inimigo das artes digitais, é uma excelente ferramenta para ser usada por… criativos. Vou dar alguns exemplos:
Esta é uma polêmica bem interessante. Até o momento, nem mesmo nos processos que estão em andamento — citados nos parágrafos acima — há indícios de que a IA está reproduzindo fielmente o trabalho de um ser humano. Então, a boa notícia é que ela não copia exatamente e, no máximo, podemos dizer que está fazendo uma fan art. Polêmico? É, eu sei.
Mas a justificativa de alguns ilustradores é que a IA aprendeu a fazer o trabalho a partir da obra humana. Isso é verdade. Mas vamos pensar em uma questão delicada… O Google não faz isso com seus dados todos os dias?
Os bots da IA aprenderam com sites que estão publicados na internet. Eles não invadiram portfólios ou acessaram servidores secretos de agências. É (quase) da mesma forma que os bots do Google mapeiam URLs para gerar resultados de busca ou como a geolocalização faz com que você receba uma publicidade após passar perto de um estabelecimento.
Por isso, se você não concorda que a IA utilize seu trabalho para aprender, basta colocar uma senha no seu portfólio. Se pararmos para pensar, as produtoras faziam isso no Vimeo. Só tinha acesso ao trabalho final aquele que possuísse a chave de acesso.
Eu sei que você deve estar se perguntando se deu consentimento para o Google rastrear suas idas ao barzinho, mas não deu para a IA mapear seu portfólio. No entanto, o seu site é público. Assim como as empresas de IA utilizaram para aprender, qualquer um poderia ter feito o mesmo.
Eu acho isso justo? Confesso que ainda não tenho uma resposta. É ilegal? Não.
Enquanto alguns profissionais criativos podem se preocupar com a possibilidade de serem substituídos por Inteligência Artificial (IA), a realidade é que elas podem trazer muitas vantagens para o trabalho criativo. Elas podem ser um aliado valioso para designers, ilustradores, publicitários e outros profissionais criativos ao acelerar seus processos e aprimorar sua criatividade.
Arrisco dizer que estamos caminhando para a fase mais criativa de nossa curta história neste planeta. Chegamos ao momento em que podemos delegar para terceiros um trabalho cansativo, chato e repetitivo, sem precisarmos utilizar um ser humano.
Podemos deixar nossas mentes livres para criar, inovar e, acima de tudo, pensar como podemos melhorar nossa sociedade.