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Transferência Digital de Veículos (TDV): Como SP tem utilizado blockchain no…

Em 28 de março de 2024, a empresária Kellen Cristina, de 40 anos, aproveitou o horário de almoço para realizar um sonho de consumo. Dois dias antes, ela havia visto o…

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Em 28 de março de 2024, a empresária Kellen Cristina, de 40 anos, aproveitou o horário de almoço para realizar um sonho de consumo. Dois dias antes, ela havia visto o anúncio de um jipe na internet, e o vendedor morava na sua cidade, Piracicaba, interior paulista. Marcaram de se encontrar no estacionamento de um mercado em frente à casa dele, onde, de celular em punho, protagonizaram a Transferência Digital de Veículos (TDV) mais rápida da história do recurso, lançado dezesseis dias antes, em 12 de março. Foram necessários apenas 21 segundos para a emissão do novo documento em nome de Kellen.

“Não deu tempo de ativar o seguro. Foi muito rápido. Impressionante”, diz a empresária, que pretende usar o carro principalmente para passear com a família. A transação dela foi a mais ligeira do Estado, seguida de outra, igualmente rápida, que marcou 24 segundos de cronômetro.

O mesmo ocorreu com Valquíria Silva similar ao adquirir um HB20 branco em menos de um minuto (precisamente 57 segundos). A transação foi facilitada pelo vendedor, o analista programador Rafael Domingues, que viajou de São José dos Campos a Jacareí durante um feriado municipal para concluir a venda. Rafael destacou a rapidez da transação, que foi realizada tão logo ele desbloqueou seu celular e autorizou a transferência.

A TDV representa um avanço significativo em termos de eficiência e segurança na transferência de propriedade de veículos. O processo, que antes poderia levar dias e envolver múltiplas etapas presenciais, agora pode ser concluído em questão de segundos com apenas alguns cliques no celular e utiliza tecnologia blockchain para garantir a autenticidade dos documentos. Além disso, todos os procedimentos de vistoria e intenção de venda foram cumpridos digitalmente, garantindo conformidade e segurança para ambas as partes.

Leia mais: Entenda de uma vez como funciona uma blockchain – com uma linha de ônibus!

Além disso, o sistema de transferência em blockchain foi dividido em três fases. A primeira, já em andamento, será para vendedores e compradores pessoa física. Já a segunda será para vendedores pessoa jurídica e a terceira, permitirá que proprietários de veículos fabricados antes de 2021 possam fazer previamente a conversão de documentos para formato eletrônico e então realizar a transferência pelo aplicativo.

Esta nova ferramenta não apenas simplifica a compra e venda de veículos, mas também promove uma maior transparência e reduz as possibilidades de fraude, tornando o processo de transferência completamente rastreável e seguro. Com a TDV, espera-se que mais transações sejam realizadas com essa agilidade, incentivando a adoção de práticas digitais no setor automotivo.

A blockchain na transformação digital do registro de veículos

Muito conhecida pelas criptomoedas, a blockchain é uma tecnologia que vai muito além do “dinheiro digital”. O sistema utiliza um registro distribuído que oferece uma maneira segura e transparente de gravar transações e rastrear ativos em uma rede de negócios. Essencialmente, um blockchain é uma cadeia de blocos que contém informações, onde cada bloco está ligado criptograficamente ao anterior, formando um histórico de transações imutável.

Isso significa que uma vez que uma entrada é feita, ela não pode ser alterada ou apagada, oferecendo uma forte proteção contra fraudes e manipulações. A descentralização é um aspecto chave do blockchain, pois os dados são replicados e distribuídos em vários computadores na rede, garantindo que não haja um único ponto de falha e aumentando a resistência às tentativas de corrupção ou controle por uma única entidade. Podendo ser adotada em vários setores, como saúde (como na Rede Nacional de Dados de Saúde, que alimenta o ConectaSUS, e registra as vacinas tomadas por todos os brasileiros), logística e, como vemos anteriormente, com a Transferência Digital de Veículos (TDV), no registro e transferência de propriedade de veículos.

Em um profundo processo de digitalização, antes possível apenas de forma física via cartórios, a TDV não só capturou a atenção dos cidadãos de São Paulo, mas também despertou o interesse de outros estados, como Minas Gerais, que estão buscando aprender com as experiências paulistas para implementar serviços semelhantes.

Eduardo Aggio, diretor-presidente do Detran-SP, enfatiza que a iniciativa foi uma colaboração entre o Detran-SP, a Prodesp e a Secretaria de Gestão e Governo Digital. Ele detalha como a transformação digital foi possível: “O caminho para a transformação é desafiador, mas agora é possível concluir todo o processo de forma segura, direta e rápida, com apenas um celular.”

Além disso, o secretário de Gestão e Governo Digital, Caio Paes de Andrade, vê a TDV como parte de um movimento mais amplo em direção à transformação digital, que visa combater a burocracia e melhorar a gestão pública. “Quem ganha com isto são os cidadãos, com melhores e mais ágeis serviços públicos”, afirma.

O sistema da TDV, disponível diariamente das 6 às 22 horas através do aplicativo Poupatempo SP e, para acessar, basta ter uma conta GOV.BR com selo Prata ou Ouro. A cor da conta se refere ao nível de proteção de dados. Por isso, a Prata requer validação por biometria facial ou pelo cadastro do usuário em uma plataforma de banco online, por exemplo. A Ouro pede biometria facial ou cadastro via certificado digital.

Da mesma forma, por segurança, a TDV exige reconhecimento facial de quem vende e de quem compra. Toda operação é rastreada e, se houver suspeita de fraude, pode ser revertida.

Imagem Destaque: Tun_Thanakorn/Shutterstock



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