Em meio a preparativos, festinhas e disputas políticas para Copa do Mundo no Brasil, uma coisa foi esquecida quase que completamente nas terras tupiniquins: como produzir um evento sustentável. Revitalizar bairros para quê?! Economizar material por quê?! Esse é o pensamento que ronda os preparativos da Copa e das Olímpiadas por aqui.
Já em Londres, os preparativos para 2012 são uma lição não só para o Brasil, mas para qualquer país que pretende sediar um evento deste porte.
Começando pelo bairro. Stratford era uma região quase esquecida de Londres. Uma periferia sem uma estrutura digna da cidade inglesa, o bairro foi revitalizado e transformado no umbigo das Olímpiadas 2012.
Por se tratar de uma área que deveria ser renovada do zero, o bairro era uma grande tela em branco, pronto para virar uma obra de arte. Para transformar isso tudo, foram necessários derrubar alguns prédios da região e foi deste ponto que começa a lição. Isso porque 97% do entulho foram reutilizado ou reciclado para as novas construções.
Além de tudo isso, a grande cereja do bolo é um espaço que receberá as amigas magrelas da sustentabilidade: o velódromo.
Projetado pelo escritório inglês Hopkins Architects, o estádio receberá as provas de ciclismo indoor e é considerado um dos espaços mais sustentáveis do evento. Construído com aço moldado e revestido com madeira sustentável, a estrutura do velódromo possui pequenas aberturas, que facilitam a ventilação natural. Já no telhado, claraboias posicionadas estrategicamente diminuem o uso de iluminação artificial, além dos sistemas de aquecimento e ventilação desenvolvidos para atender diversas exigências ambientais.
Vendo tudo isso eu paro para pensar que não importa se os eventos brasileiros irão consumir dinheiro dos nossos bolsos ou recursos em excesso. Não, para o brasileiro não importa tudo isso. Importa de verdade se o Brasil vai ser campeão, afinal, depois – para tudo – damos um jeitinho brasileiro.