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Terra: o playground dos Skrulls

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Se você também acredita que esses skrulls são um bando de extraterrestres cheios de conversa fiada, escute Scream, do Timbaland featuring Nicole & Keri Hilson.

Enquanto aqui dentro, em terras tupiniquins, temos a oportunidade de conferir o início das evidências da invasão skrull no universo Marvel, a série Secret Invasion está bombando lá na terra do Tio Sam.

Seguindo essa pegada, os skrulls tomaram conta dos meios TV e Internet dos Estados Unidos, em um uma audaciosa – e ainda política – ação de marketing viral.

O vídeo tem como objetivo evitar o alarde dos cidadãos terráqueos, convidando-os a aceitar a mudança, já que os alienígenas chegaram em paz – como a própria narrativa do vídeo explica – e são fofos serezinhos verdes cheios de amor para dar e tem as melhores intenções para com o planeta que acabam de invadir. Assim, os skrulls procuram interagir com os humanos, reforçando o quanto as diferentes raças podem conviver de forma harmônica, a despeito das diferenças visíveis. Tudo muito bonito e cativante, mas não temos como esquecer que, para chegar neste patamar de paz e amor, foi necessário um confronto civil entre super-heróis que culminou na morte do maior ícone patriota da nona arte: o Capitão América. Esses skrulls não me convenceram ainda de sua bondade extraterrestre. Não acredito que conseguirão.

É curioso como o quartel-general da Marvel tem produzido séries em massa com temáticas políticas, um óbvio reflexo do momento eleitoral do país e seu questionável posicionamento como potencial mundial. Espero apenas que toda essa saga Skrull não termine com a formação de um grupo justiceiro com ares de clonagem dos X-Men: um grupo de criaturas diferentes fechado em um gueto por conta de toda incompreensão e estupidez social humana.

Evidentemente, no início dos anos 60, o nascimento dos X-Men tinha o objetivo de trazer à mesa e às bancas o debate sobre a discriminação das minorias. Em mais de quatro décadas de existência, os mutantes já discutiram importantes temas como racismo, homossexualidade, anti-semitismo e religião, retratando heróis como personificações das minorias. Só por isso, o legado dos X-Men merece ser eternizado.

Porém, em pleno ano 2008, quando o novo presidente americano tem grande probabilidade de ser um cidadão negro e diversos tabus já foram derrubados, transformar os skrulls em porta-vozes das minorias pode até ser válido, mas é algo que foi explorado de forma massificada no passado e parece ser mais do mesmo.

O posicionamento classificatório sobre pertencer à minoria e maioria é tão retrogrado e estúpido quanto um atentado à bomba por conta de convicções religiosas. Que venham novos temas para as HQs e que toda forma de intolerância seja abolida de nossas mentes e corações. All you need is open your blind eyes.

Obs: Este post vai para o Filipe Chagas, que tem contribuindo de forma importante com seus comentários em nossos posts. Filipe, você queria que falássemos sobre o contexto dos X-Men em nossa sociedade e sobre a questão política que tanto influencia os editores de quadrinhos na atualidade. Espero que este paralelo tenha atendido ao seu pedido.

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