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Por que o PONG é tão legal? Os fatores culturais e a sua relação com os jogos eletrônicos

O texto a seguir foi inspirado pelo prefácio do livro “Rules of Play” de Katie Salen e Eric Zimmerman, onde começamos algumas considerações sobre o jogo PONG. O que? Você não sabe o que é PONG?! Bem, então vou contar um pouco da história dele também.

O Pong foi um dos primeiros experimentos de games eletrônicos que deu certo na história. É um jogo que surgiu em arcades e consoles em 1972¹ e levanta o seguinte questionamento: “Por que as pessoas adoram o Pong?”.

Afinal de contas, ele é um jogo que ultrapassou o tempo e ainda hoje é jogável em emuladores, banners de internet, ganhou versões 3D e evoluiu para jogos mais incrementados. Podemos observar alguns motivos que atribuem ao Pong o seu sucesso e que servem como uma lista essencial que todo bom game deve possuir:

• É fácil de jogar e sem segredos;

• Cada jogo é único, já que a “bolinha” pode se mover para infinitos lugares da tela;

• É uma representação minimalista e elegante de tênis de mesa;

• É social, pois precisa de dois jogadores;

• É divertido!

O Pong transformou a TV. O Pong transformou o espectador (viewer) em um jogador (player) e levou-o a experiências interativas únicas. Guardadas as devidas proporções, proporcionou uma revolução na sociedade. Se paramos para pensar nos motivos atribuídos ao sucesso do pong, são motivos aplicáveis a qualquer tipo de jogo.

Alguns pesquisadores da área de tecnologia e informática possuem uma visão bastante objetiva sobre o papel de um jogo eletrônico na sociedade.

Videogames são uma janela para um novo tipo de intimidade com máquinas. – Sherry Turkle

Para Sherry Turkle, pesquisador de cultura digital: “Videogames são uma janela para um novo tipo de intimidade com máquinas, que caracteriza a cultura de computador nascente. O relacionamento especial que os jogadores estabelecem com videogames tem elementos comuns à interação com outros tipos de computador. O poder dominador dos videogames, o seu fascínio quase hipnótico, é o poder dominador do computador. As experiências de jogadores de videogame nos ajudam a compreender este poder e algo mais.”

O universo tecnológico, que cresce de maneira absurda – sobretudo na internet, com inúmeras possibilidades interativas -, está trazendo à tona os “filhos da simulação”.

Para Douglas Rushkoff, outro pesquisador da cultura digital, “em 1980 nasceu a geração screenagers, que interagem com controles remotos, joysticks, mouses, internet, pensam e aprendem de forma diferenciada. Aprendem com a descontinuidade, aceitam que as coisas continuam mudando sem se preocupar”.

Você nunca imaginou que um game simples como o Pong pudesse gerar tantas reflexões? Então aguarde, pois traremos outras análises de grandes games para discutirmos alguns aspectos. Até lá!

fonte: ¹Scott Cohen, Zap: The Rise and Fall of Atari – New York, pág. 17(1984)

Vince Vader é publicitário e game designer. Além de atuar em mídias digitais desde 97, é professor de Criação Digital/Computação Gráfica e coordenador do ESPM Digital

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